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    Lava Jato

    Para tentar neutralizar OAB, Temer buscará apoio junto a outras entidades

    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    21/05/2017 12h08

    Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 21-05-2017, 12h00: O presidente Michel Temer conversa com os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral) e com assessores jurídicos do governo ao sair do Palácio do Jaburu após reunião pela manhã. Ele seguiu com o grupo para o palácio da Alvorada. Foto: Pedro Ladeira/Folhapress
    Temer conversa com os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral) e com assessores jurídicos do governo ao sair do Palácio do Jaburu após reunião na manhã de domingo (21)

    Na tentativa de neutralizar o apoio da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) ao impeachment, o presidente Michel Temer iniciará movimento a partir de segunda-feira (22) em busca de manifestações públicas de apoio junto a outras entidades da sociedade civil.

    A equipe do peemedebista discute fazer ofensiva sobre a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), CNI (Confederação Nacional da Indústria), Concepab (Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil), entre outras.

    O objetivo é fazer um contraponto e tentar passar a mensagem pública de que o presidente ainda conta com respaldo da sociedade para seguir à frente do Palácio do Planalto.

    Na madrugada deste domingo (21), o Conselho Federal da OAB decidiu formular pedido de impeachment que será protocolado na Câmara dos Deputados.

    Antes das deliberações, a maior parte das bancadas já havia se posicionado pela cassação do presidente.

    A equipe do presidente critica a entidade de advogados, avalia que ela adotou um posicionamento "mais político que jurídico" e se "precipitou", não aguardando resultado de perícia determinada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin na gravação entre o peemedebista e o empresário Joesley Batista, da JBS.

    O Palácio do Planalto considera que a OAB "perdeu o timing" em relação ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e, agora, tomou uma "decisão apressada" para evitar ficar mais uma vez a reboque de partidos de oposição.

    Nos bastidores, contudo, assessores e aliados presidenciais reconhecem que a decisão fragiliza o presidente e pode fortalecer movimentos de rua favoráveis à renúncia do peemedebista e à convocação de eleições diretas.

    Nas palavras de um auxiliar de Temer, como a OAB é uma entidade com prestígio social e com histórico reconhecido na defesa da democracia, ela se tornou formuladora de opinião e pode influenciar no humor da sociedade em relação ao governo peemedebista.

    O presidente se reuniu na manhã deste domingo (21) com assessores e auxiliares da área jurídica para discutir estratégia de reação à crise política deflagrada com a delação premiada dos executivos da JBS.

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