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    Lava Jato

    Tucanos buscam nome descolado de Aécio Neves para o governo de MG

    JOSÉ MARQUES
    ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE

    22/05/2017 12h01 - Atualizado às 13h11

    A aliança formada em torno de Aécio Neves (PSDB) em Minas Gerais não quer mais depender do aval do senador, afastado pelo Supremo Tribunal Federal nesta quinta-feira (18), para tomar decisões políticas no Estado.

    O grupo comandou Minas entre 2003 e 2014, sendo que quase oito anos governados por Aécio, que deixou o governo em 2010 antes do fim do mandato para se candidatar ao senado. O grupo permaneceu no poder até perder a eleição para o petista Fernando Pimentel.

    Ainda assim, continuou sob a tutela de Aécio, que presidia o PSDB nacionalmente e planejava uma segunda candidatura ao Planalto.

    Agora, as legendas tentam emplacar no governo alguém que seja visto como "o novo" e esteja descolado do rótulo de afilhado do ex-governador. A preferência, no entanto, é que seja um nome que já tenha base política.

    No plano nacional, tendem a apoiar o candidato tucano, seja o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ou o prefeito da capital, João Doria.

    Mesmo antes da divulgação de delações da JBS, havia um entendimento de que o nome de Aécio tinha perdido capital político e que, ao senador, cabia se defender dos inquéritos que responde na Lava Jato.

    GOVERNO

    A segunda opção das legendas para disputar o governo mineiro era o também senador e ex-governador Antonio Anastasia (PSDB) –visto como técnico, apesar de ser ligado a Aécio–, mas ele não quer concorrer.

    Para o presidente do PSDB de Minas, deputado Domingos Sávio, o partido não pode mais ficar "aguardando o candidato cair do céu", nem "submisso à decisão de Aécio" e deve procurar alguém de suas bases.

    Nas últimas duas eleições, Aécio foi o fiador das candidaturas dos tucanos Pimenta da Veiga ao governo e João Leite à prefeitura de Belo Horizonte. Fracassou em ambas.

    Sávio diz que o partido ficou "aflito" com a operação da Polícia Federal, especialmente com a prisão da jornalista Andrea Neves, irmã do senador afastado, mas "tem que seguir em frente".

    Entre outras acusações, Joesley Batista, da JBS, afirmou que pagou R$ 60 milhões em propina para a campanha de Aécio à Presidência em 2014.

    O tucano disse, em nota, que as declarações do empresário são mentirosas.

    No mesmo dia em que foi afastado do Senado, Aécio também anunciou que deixaria a presidência do PSDB.

    Sávio defende ainda que o partido adote uma posição de independência em relação ao governo Temer, deixando a base e entregando os cargos. Orientação semelhante foi dada oficialmente pelo diretório estadual tucano no Rio.

    PRÉ-CAMPANHA

    Outra ala do PSDB e também o PP, DEM, PTB, PPS e SD já têm um escolhido. Eles tentam emplacar o ex-deputado Dinis Pinheiro (PP) e montaram estrutura de pré-campanha para ele.

    O grupo já faz a gestão da imagem do ex-deputado, encomenda pesquisas e analisa bancos de dados em preparação para as eleições.

    Ele tem participado de eventos políticos no interior de Minas e estuda deixar o PP e negociar com outro partido. Procurado, Pinheiro não quis se manifestar.

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