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    Odebrecht lança versão atualizada de seu canal de denúncia

    MARIO CESAR CARVALHO
    DE SÃO PAULO

    25/05/2017 17h00

    Carlos Jasso/Reuters
    The corporate logo of Odebrecht is seen inside of one of its offices in Mexico City, Mexico May 4, 2017. Picture taken on May 4, 2017. REUTERS/Carlos Jasso ORG XMIT: CJB05
    Logo da Odebrecht dentro de escritório da empresa na Cidade do México

    A Odebrecht lança nesta quinta (25) uma nova versão do seu disque-denúncia, um serviço no qual é possível relatar suspeitas de irregularidades praticadas no grupo. Chamado "Linha de Ética", o novo canal terá duas grandes mudanças em relação ao serviço que existe desde 2014: o atendimento será feito por uma empresa especializada e os denunciantes poderão acompanhar a evolução da investigação.

    Até agora o serviço era operado pela própria Odebrecht, o que poderia provocar receio de que as irregularidades relatadas não fossem apuradas.

    O serviço faz parte dos compromissos da Odebrecht para criar uma companhia ética. A Odebrecht confessou em acordos que movimentou R$ 10,6 bilhões em pagamentos ilícitos entre 2006 e 2014.

    "O canal independente é um conforto para quem relata problemas porque poderia haver dúvidas depois dessa crise ética pela qual passamos", diz Olga Pontes, diretora de conformidade da Odebrecht S/A, que só responde ao conselho de administração pelos seus atos.

    Outra novidade é que o denunciante vai poder conversar com um especialista. Antes, só era possível gravar a queixa ou relatá-la por e-mail. "A denúncia vai ficar mais rica e detalhada, o que permite que tomemos medidas mais rápidas", afirma Pontes.

    No ano passado, o antigo serviço recebeu 3.122 relatos sobre eventuais desvios. 24% deles tinham fundamentos para ser investigados, segundo a Odebrecht. Como resultado da apuração, a empresa demitiu 30 funcionários.

    A empresa que vai cuidar do serviço já atende outras 200 companhias com canais desse tipo, segundo Marcelo Forma, sócio da ICTS, escolhida por meio de concorrência. "A questão da independência é essencial para evitar conflitos de interesse. Se o serviço ficar dentro da empresa, o denunciante pode ter de almoçar ao lado do denunciado", exemplifica.

    O empresário diz que não chama os profissionais que recebem as denúncias de atendentes, mas de consultores de risco porque todos têm curso superior de direito, engenharia ou cientista político.

    A denúncia anônima, segundo Forma, é muito mais eficiente do que uma auditoria interna. "Os resultados são mais rápidos", diz.

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