• Poder

    Tuesday, 30-Apr-2024 22:57:39 -03

    Lava Jato

    Vândalos 'não são pessoas com quem se possa conversar', diz ministro

    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    26/05/2017 13h00

    O ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Sérgio Etchegoyen, classificou nesta sexta-feira (26) como "criminosos" e pessoas com quem "não se pode conversar" manifestantes que participaram de depredações e vandalismos na manifestação da quarta-feira (24) em Brasília.

    "Não chamo de grupos radicais, chamo de vândalos e criminosos, é um pouco diferente de grupos radicais. Os radicais, considerando o português apropriado, são pessoas com quem se pode conversar. Não são pessoas com quem se possa conversar. São posições criminosas", disse.

    O ministro deu entrevista à imprensa no Palácio do Planalto após reunião com o presidente Michel Temer e o núcleo de segurança da gestão federal para discutir o plano nacional de segurança, anunciado no início deste ano.

    Perguntado, ele minimizou a atuação da Polícia Militar do Distrito Federal durante o protesto contra o governo peemedebista. Segundo ele, o fato de bombas gás de lacrimogênio e efeito moral terem sido disparadas contra manifestantes "não faz parte da discussão".

    "Eu acho que a policia jogar bombas em manifestantes, em geral, é uma visão um tanto quanto unilateral do problema e uma consequência que não faz parte da nossa discussão aqui", disse.

    Na manifestação, policiais militares do Distrito Federal utilizaram armas com munição letal contra manifestantes, o que deixou um homem baleado. Segundo o sindicato dos jornalistas, ao menos quatro repórteres e fotógrafos foram agredidos por policiais ou feridos no protesto.

    INTERRUPÇÃO

    O ministro da Justiça, Osmar Serraglio, também presente na reunião, não respondeu se houve excessos de policiais militares na utilização de arma de fogo. Em meio à insistência dos jornalistas, a assessoria do Palácio do Planalto tirou o ministro do local e encerrou a entrevista.

    O procedimento tem sido adotado desde o início da semana com o agravamento da crise política envolvendo o presidente.

    Na quarta-feira (24), a Secretaria de Segurança Público do Distrito Federal confirmou que um manifestante foi baleado e passava por cirurgia no Hospital de Base de Brasília. Segundo a pasta, ele não corre risco de morrer.

    "A Polícia Militar abrirá inquérito para investigar policiais militares que aparecem em imagens com arma de fogo nas mãos. Esse procedimento não é adotado em manifestações. Os incidentes e as responsabilidades serão apuradas", afirmou a secretaria do governo Rodrigo Rollemberg (PSB).

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024