• Poder

    Tuesday, 07-May-2024 04:27:33 -03

    Lava Jato

    Para minimizar crise política, Temer cobra agenda positiva de ministérios

    DANIEL CARVALHO
    DE BRASÍLIA

    28/05/2017 02h00 - Atualizado às 16h06

    O presidente Michel Temer quer preparar uma agenda positiva para anunciar nos próximos dias na tentativa de minimizar os efeitos da mais severa crise política que se abateu sobre ele desde que assumiu o governo, há pouco mais de um ano.

    Ministros foram orientados a fazer um pente-fino nas ações de seus ministérios para apresentar ao presidente ações e obras que podem ser anunciadas brevemente.

    Além disso, o Planalto cobrou a divulgação do que cada sigla fez de positivo ao longo da administração Temer.

    "Os resultados [da semana passada] sugerem que o governo deu rumo ao país. É preciso ter muito cuidado nessa hora para não ter nenhum tipo de obstáculo que prejudique esses ganhos e traga atrasos nesta trajetória", disse à Folha o ministro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo).

    Ministros gravaram neste sábado (27) vídeos de balanço de suas pastas para divulgá-los nesta semana.

    A agenda positiva visa dar uma sinalização à sociedade às vésperas da retomada do julgamento da chapa presidencial encabeçada pela ex-presidente Dilma Rousseff e que tinha Temer como vice.

    Minimizando o mau humor da população, o governo espera também botar panos quentes nas articulações em curso para suceder o presidente, caso ele não resista à frente do cargo.

    Até a tarde de sexta (26), auxiliares de Temer avaliavam que ele havia terminado a semana com uma pressão menor que aquela sofrida até então, quando o impacto dos desdobramentos da delação da JBS foi mais forte.

    Esta análise passou a ser relativizada depois do pedido de demissão da presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, na sexta.

    Reservadamente, ministros disseram que, politicamente, o governo caminhou bem ao longo da última semana. Contou a seu favor a aprovação de sete Medidas Provisórias e o andamento da reforma trabalhista.

    Isso ocorreu ao mesmo tempo em que Brasília se tornou cenário de uma batalha campal durante manifestação contra Temer e em meio à convocação das Forças Armadas, medida que, criticada, durou menos de 24 horas.

    Esses ministros ponderaram que a situação da base aliada ainda é instável e que é preciso agir com serenidade para não agravar a crise.

    Em um recado aos parlamentares, Temer divulgou na quinta-feira passada (25), um vídeo no qual agradeceu o apoio em meio à turbulência.

    Ainda na linha de minimizar ruídos na base, o Planalto espera ver Renan Calheiros (AL) afastado da liderança do PMDB no Senado até terça (30), quando a bancada se reúne. Renan tem feito críticas às reformas, o que rachou os 22 peemedebistas.

    Em outra frente, o governo espera votar o projeto da convalidação de incentivos fiscais e apresentar a nova versão da Medida Provisória com as regras do Refis.

    Além disso, aliados do presidente vão recomeçar nesta semana a contagem dos votos a favor da reforma da Previdência para analisar se é possível levar a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) ao plenário da Câmara na semana de 12 de junho, como anunciou a parlamentares o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024