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    Lava Jato

    Advogado de Loures fala em 'defesa técnica', sem descartar delação

    LETÍCIA CASADO
    DE BRASÍLIA

    29/05/2017 19h59

    Bruno Santos/Folhapress
    Rocha Loures (foto) foi gravado por Joesley Batista, um dos sócios da JBS
    Rocha Loures (foto) foi gravado por Joesley Batista, um dos sócios da JBS

    O criminalista Cezar Roberto Bitencourt afirmou que que vai fazer uma "defesa técnica" do deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), sem descartar "em definitivo" um acordo de delação premiada.

    Ele assumiu nesta segunda (29) a defesa do ex-assessor especial do presidente Michel Temer.

    "Não trabalho com delação, mas sou advogado e em última instância...", disse Bitencourt à Folha.

    "Pretendo fazer uma defesa técnica, mostrar as incongruências (da investigação). Tem bastante coisa para ser trabalhada", afirmou.

    "Delação está afastada, a priori. Nada se afasta em definitivo, mas em princípio, sim. Não tem sentido começar uma defesa pensando em colaboração", ressaltou.

    Bitencourt, que também defende também o doleiro Lúcio Funaro, apontado como operador do ex-deputado Eduardo Cunha, afirmou que foi contratado pelo pai de Loures.

    Ele disse que ainda não estudou o inquérito que atinge seu novo cliente, mas declarou que há espaço para vários questionamentos.

    "Não se pode fazer gravação ardilosa contra a maior autoridade do país", afirmou, em referência ao Temer, gravado por Joesley Batista, um dos sócios da JBS.

    Joesley gravou quatro conversas – duas com Rocha Loures, uma com o presidente Temer e outra com o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) – e apresentou o material à PGR a fim de negociar delação.

    Segundo o advogado, "isso é uma espécie de flagrante provocado, é nulo". "A partir daí, começa (uma investigação) com nulidades. (A PGR) Deu moeda de troca para ele", disse o criminalista. "Tens uma gravação que mais da metade é inaudível", completou, destacando que a PF está fazendo perícia no material.

    Depois da gravação, Rocha Loures foi alvo de ação controlada da Polícia Federal e filmado recebendo uma mala de dinheiro com R$ 500 mil. O deputado afastado devolveu os recursos às autoridades na semana passada.

    Para Bitencourt, o material produzido na ação da PF é questionável porque foi gerado a partir de um ato ilícito, a gravação secreta: "É uma prova derivada, fruto da árvore envenenada. O resto é ilegal também".

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