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    Novo ministro da Justiça defendeu interesse da Petrobras

    RUBENS VALENTE
    DE BRASÍLIA

    30/05/2017 02h00

    Alan Marques - 2.jun.2016/Folhapress
    BRASÍLIA, DF, BRASIL, 02.06.2016. O ministro da Transparência, Torquato Jardim, dá entrevista sobre o aumento dos servidores e pauta de votações na Câmara, no Palácio do Planalto. (FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
    O ministro da Justiça Torquato Jardim

    Crítico da Lava Jato, o novo ministro da Justiça, Torquato Jardim, defendeu interesses da Petrobras no TCU (Tribunal de Contas da União) e foi sócio, até 2014, de um dos principais escritórios contratados pela petroleira. Ministro da Transparência até a semana passada, Jardim disse à Folha, via assessoria, que não irá divulgar os seus clientes porque "os contratos de advocacia são confidenciais".

    No TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Jardim foi advogado da ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB-MA), cujo pai, o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP), é alvo de inquérito derivado da Lava Jato.

    Torquato advogou para Roseana durante a campanha presidencial de 2002, quando a então governadora saiu candidata pelo PFL. Ele também defendeu no TSE a ex-ministra Marina Silva (Rede).

    A Petrobras é o foco do escândalo desvendado pela Lava Jato. De 2003 a 2016, o escritório de advocacia Siqueira Castro, considerado um dos maiores do país, fechou contratos de cerca de R$ 35,8 milhões com a Petrobras.

    "Torquato Jardim já atuou como sócio do escritório Siqueira Castro Advogados, encerrando a parceria em 2014. O escritório, porém, não fornece dados sobre processos nos quais atua", afirmou a assessoria do escritório.

    O sistema processual do TCU indica que Jardim atuou como representante legal da Petrobras em diversos procedimentos, incluindo auditorias. A assessoria do ministro afirmou à Folha que Jardim "registrou seu impedimento para exercer a advocacia na OAB-DF, em junho de 2016, quando aceitou assumir o Ministério da Transparência".

    A Petrobras informou que Jardim se afastou das causas envolvendo a estatal no ano de 2014.

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