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    Defesa de Temer pede a Fachin que suspenda depoimento à PF

    REYNALDO TUROLLO JR.
    LETÍCIA CASADO
    DE BRASÍLIA

    31/05/2017 11h35

    Eduardo Anizelli/Folhapress
    O presidente Michel Temer se reúne com presidentes das operadoras aeroportuárias vencedoras do leilão de concessão dos aeroportos de Fortaleza, Salvador, Florianópolis e Porto Alegre.
    O presidente Michel Temer durante reunião com operadores de portos

    A defesa do presidente Michel Temer pediu ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin, responsável por inquérito que investiga o peemedebista, que suspenda seu depoimento até a conclusão da perícia da Polícia Federal no áudio gravado por Joesley Batista, dono da JBS.

    Em caso de negativa, os advogados de Temer pedem a Fachin que oriente a PF a se abster de formular perguntas sobre o conteúdo da gravação. O pedido é assinado pelos advogados Antônio Cláudio Mariz de Oliveira e Sérgio Eduardo de Alvarenga e foi apresentado na manhã desta quarta-feira (31).

    O áudio a que a defesa do presidente se refere foi gravado por Joesley em encontro com Temer na noite de 7 de março no Palácio do Jaburu. A gravação foi utilizada pelo empresário para negociar acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República. Como ainda não passou por perícia oficial, o áudio tem sido alvo de questionamentos da defesa de Temer, que chegou a contratar um perito que contestou seu valor como prova judicial.

    O ministro Fachin autorizou nesta terça (30) a PF a tomar depoimento de Temer por escrito. O pedido dos advogados do presidente visa reverter essa decisão.

    "[Requer-se] A reconsideração de parte do despacho proferido no dia 30 de maio, para o fim de assegurar que a formulação de quesitos ao Presidente da República seja realizada apenas oportunamente, após a vinda da essencial prova pericial", pedem os advogados.

    "Na hipótese de indeferimento do pedido anterior, requer-se que Vossa Excelência, no mínimo, oriente a autoridade policial para que se abstenha de formular perguntas acerca do conteúdo de uma gravação apontada como
    forjada, em relação à qual foi determinada a realização de uma perícia ainda não finalizada, dada a flagrante impossibilidade de responder perguntas dessa natureza", completam.

    A defesa trata a gravação como a principal prova que os investigadores têm contra Temer. No diálogo, o presidente orienta Joesley a procurar o ex-assessor Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para tratar de assuntos de interesse da JBS. Dias depois, Rocha Loures foi filmado recebendo da JBS uma mala com R$ 500 mil em São Paulo.

    Para a Procuradoria Geral da República, por outro lado, grampos e outros elementos comprovam a ligação de Temer com Rocha Loures, o que torna a gravação secundária para a continuidade das investigações.

    CELERIDADE

    "Já foi aqui dito, mas cabe sempre repetir: O Presidente da República é o maior interessado na rápida e cabal elucidação dos fatos", dizem seus advogados na petição a Fachin. "Contudo, é de fácil percepção a absoluta
    impossibilidade de o presidente fornecer respostas enquanto não finalizada a perícia deferida como prioridade por Vossa Excelência."

    "Especialmente, impossíveis de ser respondidos seriam eventuais quesitos que digam respeito a uma gravação que, de antemão, já se sabe fraudada!", alega a defesa. "[...] É como querer dar o segundo passo sem antes dar o primeiro."

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