A Justiça Federal em São Paulo concedeu uma liminar ordenando o bloqueio de R$ 800 milhões das contas bancárias de Joesley Batista.

A determinação foi uma resposta a ação popular movida pelo advogado Hugo Flizer Chaves Neto, que solicitou o bloqueio de R$ 10 bilhões de Josley e também de seu irmão Wesley Batista, pedindo que a medida fosse adotada também em relação ao grupo da família, a J&F, e à JBS.

A medida serviria para que o patrimônio fosse preservado e, no futuro, possa ressarcir os cofres públicos por prejuízos causados ao erário.

A JBS é investigada por supostas operações irregulares com o câmbio na véspera do vazamento do conteúdo da delação premiada que os executivos firmaram com a Procuradoria Geral da República.

O juiz Tiago Bitencourt de David concordou em bloquear apenas R$ 800 milhões, e somente de Joesley.

Na justificativa, o magistrado afirma que é "fato notório a saída do sócio Joesley do país, sem que se saiba ao certo o paradeiro do mesmo. Igualmente sabida é a dificuldade que o público tem de saber quais as operações realizadas pelo BNDES com o grupo JBS e com a família Batista".

Afirma ainda que a compra de dólares na véspera do vazamento da delação "nunca foi esclarecida", assim como movimentos de compra e venda de ações da empresa.

Diante da "gravidade dos fatos e da verossimilhança de sua ocorrência", o magistrado afirma que "impõe-se" o bloqueio do lucro auferido com a venda dos dólares, ou seja, dos R$ 800 milhões.