• Poder

    Wednesday, 08-May-2024 00:09:54 -03

    Lava Jato

    Procuradoria pede a Fachin a prisão de Rocha Loures, ex-assessor de Temer

    LETÍCIA CASADO
    DE BRASÍLIA

    01/06/2017 19h51 - Atualizado às 21h34

    Bruno Santos/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL, 19-05-2017: O deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) chega de Nova York no Aeroporto de Guarulhos, após ter seu citado na delação de executivos da JBS. (Foto: Bruno Santos/ Folhapress) *** FSP-PODER *** EXCLUSIVO FOLHA***
    Loures é apontado como o receptor uma mala com R$ 500 mil da JBS em forma de propina

    A Procuradoria-Geral da República fez nesta quinta-feira (1º) ao ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), um novo pedido de prisão de Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que perdeu o cargo de deputado federal após o retorno de Osmar Serraglio, exonerado do Ministério da Justiça, à Câmara.

    Loures é investigado no STF em inquérito com o presidente Michel Temer, de quem era assessor especial, no âmbito da delação da JBS. Ele é apontado nas investigações como o responsável por receber uma mala com R$ 500 mil da empresa em forma de propina.

    Um primeiro pedido de prisão havia sido feito anteriormente, mas foi negado por Fachin sob a alegação de que Loures era deputado (no caso, é necessário que a prisão seja em flagrante). Loures é suplente da bancada do PMDB na Câmara.

    A PGR monitorou o horário que Serraglio reassumiu o cargo de deputado: 10h29 desta quinta (1), apurou a Folha. A partir de então, a prerrogativa de foro de Rocha Loures deixou de existir.

    Com a perda do foro privilegiado no Supremo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reiterou o pedido sob a alegação de que não há mais motivos para ele não ser detido.

    No pedido, Janot afirma que a perda de foro é "fato novo", e, com isso, a imunidade prevista na Constituição segundo a qual "os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável", informa a PGR em nota.

    Janot destaca que o envolvimento de Loures com os fatos investigados se deram "na condição de homem de total confiança" do presidente Temer, diz o texto.

    Nos bastidores, há uma expectativa de que Loures possa negociar um acordo de delação premiada, algo que preocupa o Palácio do Planalto.

    Seu advogado, Cezar Roberto Bitencourt, não descarta essa possibilidade, mas tem dito que estuda outras alternativas, como pedir a anulação da delação da JBS. "Delação está afastada, a priori. Nada se afasta em definitivo, mas em princípio, sim. Não tem sentido começar uma defesa pensando em colaboração", afirmou na segunda-feira (29).

    Joesley Batista, sócio da JBS e delator, gravou quatro conversas - duas com Rocha Loures, uma com o presidente Temer e outra com o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) - e apresentou o material à PGR a fim de negociar delação.

    Depois da gravação, Rocha Loures foi alvo de ação controlada da Polícia Federal e filmado recebendo uma mala de dinheiro com R$ 500 mil. O deputado afastado devolveu os recursos às autoridades na semana passada.

    Para Bitencourt, o material produzido na ação da PF é questionável porque foi gerado a partir de um ato ilícito, a gravação secreta: "É uma prova derivada, fruto da árvore envenenada. O resto é ilegal também".

    Na mira da JBS

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024