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    Lava Jato

    PSDB não é Madame Bovary para trair Temer, diz chanceler

    ISABEL FLECK
    DE WASHINGTON

    02/06/2017 14h47

    Nicholas Kamm/AFP
    Brazilian Foreign Minister Aloysio Nunes addresses an OAS foreign ministers meeting on Venezuela in Washington, DC, on May 31, 2017. / AFP PHOTO / NICHOLAS KAMM ORG XMIT: NK3129
    Chanceler brasileiro Aloysio Nunes, em Washington

    O chanceler brasileiro, Aloysio Nunes (PSDB), disse nesta sexta-feira (2), em Washington, que o partido não é "Madame Bovary" para trair o presidente Michel Temer. A afirmação foi a segunda em dois dias, feita em meio ao crescimento dos rumores sobre o possível desembarque do PSDB do governo.

    "O PSDB é membro do governo. Nós apoiamos o governo", disse. "O PSDB tem compromissos com o governo e com o programa de governo. E o PSDB não é Madame Bovary", afirmou, citando a personagem do francês Gustave Flaubert (1821-1880) que trai o marido e tem um trágico fim.

    Aloysio não quis falar sobre seu futuro como ministro se a sigla decidir sair do governo nos próximos dias. "Eu sou ministro, apoio o presidente Temer e creio que o PSDB não vai sair do governo."

    Temer deve se reunir com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, no fim de semana, em São Paulo para tentar evitar o movimento dos tucanos. Apesar de defender as reformas econômicas, Alckmin já sugeriu os nomes do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) no caso de eleições indiretas.

    O chanceler disse ainda estar "otimista" em relação ao julgamento de cassação da chapa Dilma-Temer no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que deve ser retomado na terça (6). Segundo a Procuradoria-Geral Eleitoral, a campanha vitoriosa em 2014 recebeu ao menos R$ 112 milhões em recursos irregulares.

    "Acho que o quanto antes resolver melhor", afirmou. "Estou otimista com relação ao resultado desse julgamento até pela minha própria experiência. Eu fui candidato a vice presidente em 2014 e me lembro perfeitamente que a minha prestação de contas foi distinta da prestação de contas do Aécio [Neves]."

    AÉCIO

    Aloysio disse ver "com muita tristeza" a situação do senador tucano afastado Aécio Neves, alvo de uma série de denúncias de corrupção. Questionado, ele disse que a situação do político mineiro é "defensável" e criticou a prisão de Andrea Neves, irmã de Aécio.

    "Claro que é defensável. Mas é uma coisa que vai ser decidida pelos tribunais. Ele tem a minha solidariedade pessoal, é meu amigo", afirmou. "Acho que a prisão da Andrea, irmã dele, foi coisa que não se justifica do ponto de vista do processo penal."

    Após se reunir com o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, o ministro voltou a defender as reformas propostas pelo governo Temer.

    "É uma batalha política que, em qualquer circunstância, qualquer governo teria dificuldades em aprová-las", disse. Mas esse processo vai prosseguir porque ninguém em sã consciência pode imaginar que a previdência, com as regras que tem hoje, possa ter o mínimo de sustentabilidade."

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