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    Lava Jato

    Ex-deputado Rodrigo Rocha Loures é preso em Brasília

    MÔNICA BERGAMO
    COLUNISTA DA FOLHA
    DE BRASÍLIA

    03/06/2017 08h22 - Atualizado às 09h34

    Reprodução/TV Globo
    Rodrigo Rocha Loures foi preso preventivamente (antes do julgamento) em Brasília e foi levado para a Superintendência da PF no Distrito Federal.
    Rodrigo Rocha Loures foi preso em Brasília neste sábado (3)

    O ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor do presidente Michel Temer, foi preso na manhã deste sábado (3), por decisão do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), como antecipou a coluna Mônica Bergamo. Loures é apontado como responsável por receber uma mala com R$ 500 mil da JBS.

    Segundo Cezar Bitencourt, advogado do ex-parlamentar, ele foi preso em sua casa, em Brasília. A defesa diz que está "indignada", por entender que a Justiça sequer analisou os argumentos apresentados nesta sexta-feira (2) contra a detenção de Loures.

    O ex-assessor de Temer está detido na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, sem previsão de transferência.

    A prisão foi solicitada na quinta (1º) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

    Loures perdeu nesta semana o cargo de deputado federal após o retorno de Osmar Serraglio, exonerado do Ministério da Justiça, à Câmara.

    Ele é investigado no STF em inquérito com o presidente Michel Temer no âmbito da delação da JBS.

    Um primeiro pedido de prisão havia sido feito anteriormente, mas foi negado por Fachin sob a alegação de que Loures era deputado (no caso, é necessário que a prisão seja em flagrante). Loures é suplente da bancada do PMDB na Câmara.

    Na mira da JBS

    Com a perda do foro privilegiado no Supremo, o procurador-geral da República reiterou o pedido sob a alegação de que não há mais motivos para ele não ser detido.

    Nos bastidores, há uma expectativa de que Loures possa negociar um acordo de delação premiada, algo que preocupa o Palácio do Planalto.

    Cezar Bitencourt não descarta essa possibilidade, mas tem dito que estuda outras alternativas, como pedir a anulação da delação da JBS. "Delação está afastada, a priori. Nada se afasta em definitivo, mas em princípio, sim. Não tem sentido começar uma defesa pensando em colaboração", afirmou na segunda-feira (29).

    Na manhã deste sábado, o advogado disse que há um interrogatório marcado pra segunda-feira à tarde, mas que a orientação é para que seu cliente fique em silêncio. "Está preso, não precisa falar." Bitencourt está em Porto Alegre e deve chegar por volta das 14h a Brasília.

    Joesley Batista, sócio da JBS e delator, gravou quatro conversas –duas com Rocha Loures, uma com o presidente Temer e outra com o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG)– e apresentou o material à PGR a fim de negociar delação.

    Depois da gravação, Rocha Loures foi alvo de ação controlada da Polícia Federal e filmado recebendo uma mala de dinheiro com R$ 500 mil. O deputado afastado devolveu os recursos às autoridades na semana passada.

    Para Bitencourt, o material produzido na ação da PF é questionável porque foi gerado a partir de um ato ilícito, a gravação secreta: "É uma prova derivada, fruto da árvore envenenada. O resto é ilegal também".

    Colaboraram LAÍS ALEGRETTI e MARINA DIAS, de Brasília

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