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    Lava Jato

    Show por eleições diretas reúne manifestantes na zona oeste de SP

    JOSÉ MARQUES
    DE SÃO PAULO
    GÉSSICA BRANDINO
    RODRIGO DELFIM
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    04/06/2017 13h52 - Atualizado às 18h57

    Manifestantes e militância de partidos e movimentos de esquerda se reuniram neste domingo (4) no largo da Batata, zona oeste de São Paulo, em um show pela saída do presidente Michel Temer e pela realização de eleições diretas.

    O ato, que começou às 12h e terminou por volta das 18h, foi organizado por blocos carnavalescos e por empresários do setor cultural, como Alê Youssef e Facundo Guerra. Além dos grupos de esquerda Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo.

    Segundo os organizadores, 100 mil pessoas participaram da manifestação, em que se apresentaram Mano Brown, Pitty e Chico César, entre outros artistas. Dos políticos, foram ao largo da Batata os deputados federais Ivan Valente (PSOL) e Paulo Teixeira (PT). A Polícia Militar não divulgou estimativa de público.

    O protesto não vetava a participação de movimentos que pediram a saída da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). No entanto, esses grupos não estiveram no evento.

    Muitos dos manifestantes que foram até o largo da Batata não se consideram de esquerda ou direita, mas favoráveis ao combate a corrupção e transparência no governo.

    "Espero que esse ato atraia um público diverso, para que as pessoas entendam que as Diretas Já podem unir pessoas diferentes. É importante pensar nessa diversidade e tolerância", disse a pesquisadora Aline Khouri, 27. Ela disse ser necessário planejar a mobilização para que não sejam um "trampolim para um candidato populista e conservador".

    A socióloga Maria Luiza Rebouças Stucchi, 59, levou filhos, sobrinhos e netos para o ato: "Meu filho está estudando o que foram as Diretas e o Movimento dos Cem Mil na escola e quis trazê-lo para ele vivenciar isso. Não sei o que vai acontecer, mas estamos vivendo um momento bem parecido de exceção".

    A atriz Mônica Iozzi, que apresentou o evento, afirmou ficar "triste de não ver mais gente aqui que votou no Aécio". Ela disse que o objetivo da manifestação era "juntar todo mundo" como nos atos de 2013.

    Participantes do ato empunhavam bandeiras e usavam camisas de partidos como PT, PCO e PDT, da CUT (central sindical ligada ao PT) e de movimentos como a CMP (Central de Movimentos Populares) e MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto).

    O ato teve um posto de coleta de assinaturas em apoio às diretas, organizado pelo PSOL. Também era possível aderir a um abaixo-assinado que pedia a saída do secretário municipal de Cultura de São Paulo, André Sturm.

    Sturm foi alvo de protestos na última semana após a divulgação de uma gravação de uma reunião em que afirmava que queria "quebrar a cara" de um agente cultural.

    Na semana passada, um grupo de 70 militantes de esquerda invadiu o edifício onde funciona a Secretaria Municipal de Cultura (SMC).

    PREFEITURA

    Sturm e a gestão do prefeito João Doria (PSDB) foram criticadas também em cima do trio elétrico. Primeiro a se apresentar, o cantor Chico César criticou Doria (PSDB), sob aplausos do público.

    O líder do MTST, Guilherme Boulos, e outros representantes de movimentos de esquerda engrossaram o coro contra a prefeitura e o governo do Estado, criticando a ação na cracolândia e a atuação de Sturm.

    Editoria de Arte/Folhapress

    REGRAS

    No caso de uma eventual saída de Michel Temer da Presidência, a Constituição determina a realização de eleições indiretas —porque a vacância ocorreria nos dois anos finais do mandato, iniciado em 2015 após a reeleição de Dilma.

    Para que ocorram eleições diretas, é preciso mudar a legislação. Há dois projetos: um na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (de autoria de Miro Teixeira, Rede-RJ) e outro na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (de autoria de Reguffe, sem partido-DF).

    Trâmite das PECs

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