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    Lava Jato

    ANÁLISE

    Prisão de Alves amplia desgaste de Temer, que o chamava de 'amigo'

    LEANDRO COLON
    DIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

    06/06/2017 07h41

    Pedro Ladeira - 14.jan.2015/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 14-01-2015, 11h00: Reunião da cúpula do PMDB para declarar apoio às candidaturas de Eduardo Cunha e Renan Calheiros para as presidências da câmara e do senado. A reunião teve a presença do vice presidente Michel Temer, do presidente do PMDB Valdir Raupp, do presidente da câmara Henrique Alves, do ex-ministro Moreira Franco, do senador José Sarney e demais caciques do PMDB. Na presidência do partido na câmara dos deputados. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    Michel Temer (esq.), Henrique Eduardo Alves e Moreira Franco (dir.) em reunião do PMDB

    O ex-ministro Henrique Eduardo Alves não tem ligação com o julgamento do TSE, mas sua prisão nesta terça (6) aumenta inevitavelmente o desgaste em torno do presidente Michel Temer em um dia importante para o destino do peemedebista.

    Alves sempre foi um político de alta confiança de Temer, assim com os atuais ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).

    Ex-presidente da Câmara (2013-2015), Alves assumiu o Ministério do Turismo na gestão Temer apesar das suspeitas de corrupção já levantadas na época pela Lava Jato.

    Temer bancou sua nomeação até que as investigações descobriram que Alves mantinha uma conta escondida na Suíça. Em um acordo nos bastidores, o então ministro pediu para sair.

    Ao deixar o governo, recebeu afagos do presidente. Na despedida, Temer enviou uma carta ao ex-ministro chamando-o de "caro amigo" e agradecendo "a dedicação e lealdade que sempre permeou nossa relação pessoal e no campo político".

    Temer ainda disse que Alves é um "companheiro de jornada dentro de nosso partido ao longo de décadas". E termina: "Muito obrigado por tudo".

    Agora, são três figuras próximas do presidente na cadeia: Alves, Eduardo Cunha e o ex-assessor Rodrigo Rocha Loures —os dois últimos sob especulações de uma possível delação premiada.

    Cunha sucedeu Alves na presidência da Câmara em 2015. São dois personagens do núcleo de operação política do comando do PMDB nos últimos anos —não à toa, eles se cruzam em outras investigações sobre esquemas de corrupção.

    Não há como Temer se distanciar de ambos. Por mais que tente.

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