• Poder

    Friday, 03-May-2024 04:46:22 -03

    Lava Jato

    Em dia de definição no TSE, Temer participa de evento com 'toque da vitória'

    GUSTAVO URIBE
    PEDRO LADEIRA
    DE BRASÍLIA

    09/06/2017 13h13

    Pedro Ladeira/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 09-06-2017, 10h00: O presidente Michel Temer participa, ao lado do ministro da Defesa Raul Jungmann e do comandante da Marinha Almirante de Esquadra EDUARDO BACELLAR LEAL FERREIRA, durante Cerimônia de comemoração do 152º aniversário da Batalha Naval do Riachuelo - Data Magna da Marinha - e imposição das Condecorações da Ordem do Mérito Naval, no Grupamento de Fuzileiros Navais em Brasília. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    Michel Temer em cerimônia de comemoração do 152º aniversário da Batalha Naval do Riachuelo

    No dia em que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral)l deve definir seu destino político, o presidente Michel Temer participou de solenidade nesta sexta-feira (9) ao som do "toque da vitória".

    A saudação militar foi realizada durante cerimônia no Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília e feita no momento em que, a menos de seis quilômetros do local, o ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Herman Benjamin fazia a leitura de relatório do processo de cassação do peemedebista.

    O "toque da vitória" é soado em cerimônias nas quais se comemora uma conquista militar e costuma ser acompanhado por música instrumental. Nesta sexta-feira (9), é celebrado o aniversário de 152 anos da batalha naval do Riachuelo, na qual o Brasil venceu o Paraguai.

    A expectativa do presidente é de que o julgamento se encerre nesta sexta-feira (9) com um placar de 4 a 3 pela sua manutenção no cargo. Em conversas reservadas, ele classificou uma eventual vitória como oportunidade de "virar o jogo" e de arrefecer a atual crise política.

    Temer, no entanto, manifestou preocupação com a possibilidade do PSDB, principal fiador da gestão peemedebista, sair do campo governista. Na avaliação dele, o desembarque, que poderá ser definido na próxima segunda-feira (12), causaria um esfacelamento da base aliada.

    Em discurso nesta sexta-feira (9), o comandante da Marinha, Eduardo Bacellar, afirmou que o país está "assolado por crise profunda e multifacetada" que ameaça "destruir o sonho de grande nação".

    "[Mas] haveremos de vencê-la, eliminando posturas arcaicas e lutas que nos paralisam e dividem", acrescentou.

    O ministro da Defesa, Raul Jungmann, evitou comentar o julgamento na Justiça Eleitoral, mas disse que conversou com o ministro da Secretaria de Governo, o tucano Antonio Imbassahy, e que a tendência é de que o PSDB permaneça na base do governo.

    "Ele me disse que, após numerosas conversas, a tendência efetivamente do PSDB é a continuidade na base do governo", afirmou.

    O ministro reconheceu que houve atraso para finalização da reforma previdenciária para militares, cuja expectativa é de que ficasse pronta em maio. Segundo ele, agora ela deve ser apresentada em junho.

    "Mesmo com um atraso, quero transmitir que ela caminha muitíssimo bem. E temos condições, creio eu, de encerrá-la em junho", disse.

    Na tentativa de garantir sua sobrevivência no cargo, o presidente decidiu adiar todas as reformas governistas e mobilizar a base aliada para evitar seu afastamento temporário do cargo.

    A ordem é deixar neste momento tanto a reforma previdenciária como a reforma trabalhista para o segundo semestre e aguardar a apresentação pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de denúncia contra o presidente.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024