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    Ex-sócio de Adriana Ancelmo é denunciado por obstrução de Justiça

    ITALO NOGUEIRA
    DO RIO

    09/06/2017 14h31 - Atualizado às 21h52

    Marcos Tristão/Agencia Globo
    Rio de Janeiro (RJ) 15 / 04 / 2011 Finalistas Agua na Boca- Manekineko Itanhanga. Foto Marcos Tristao / Agencia Globo ORG XMIT: 1254733 ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Ex-sócio de Adriana Ancelmo tenta impedir delação de dono da rede de restaurante japonês Manekineko

    O advogado Thiago Aragão, ex-sócio de Adriana Ancelmo, foi denunciado nesta quinta-feira (8) sob acusação de obstrução de Justiça. Ele tentou, segundo o Ministério Público Federal, evitar a delação premiada de Italo Garritano, dono da rede de restaurante japonês Manekineko.

    A rede, como a Folha revelou em janeiro, está sob investigação da Operação Lava Jato por supostamente ter sido uma das empresas usadas para lavar dinheiro de propina arrecadada pelo ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) por meio do escritório da ex-primeira-dama. Garritano, cocunhado de Aragão, decidiu firmar delação premiada.

    Segundo a procuradoria, Aragão "passou a diligenciar no sentido de influenciar na disposição e conteúdo dos futuros depoimentos e declarações de seu concunhado perante as autoridades competentes, com a omissão de fatos e combinação de versões, atuando ainda na produção de documentos ideologicamente falsos que pudessem ser apresentados às autoridades para ocultar a verdade".

    O Manekineko repassou R$ 3,3 milhões ao escritório de Ancelmo entre 2014 e 2015. O MPF afirma que esse repasse de dinheiro foi usado para lavar dinheiro de propina.

    Em delação, Garritano reconheceu que acertou com o advogado "uma estratégia para não cumprir suas obrigações tributárias e trabalhistas", diz o MPF.

    "Para tanto, combinaram a simulação de serviços entre Ancelmo Advogados e o restaurante, para justificar a transferência de valores em favor do escritório de advocacia. Os valores eram utilizados para pagar uma folha paralela dos funcionários do restaurante. Os créditos do escritório de advocacia eram utilizados por Thiago, sem que seu concunhado soubesse, para a lavagem de dinheiro da organização criminosa liderada por Sergio Cabral", diz o MPF.

    É o segundo cliente do escritório de Ancelmo a confessar, em delação premiada, a lavagem de dinheiro por meio do escritório. O dono da Reginaves (Frangos Rica), Luis Alexandre Igayara, disse que repassou R$ 2,5 milhões sem a prestação de qualquer serviço pela firma.

    O empresário Eike Batista também é acusado de ter repassado R$ 1 milhão do grupo EBX sem que tivesse ocorrido qualquer prestação de serviço. Ele nega as acusações.

    A defesa de Aragão afirmou que "lamenta e estranha que os fatos noticiados tenham vindo a público de forma extravagante, somente agora, às vésperas do julgamento do recurso em habeas corpus impetrado em seu favor no STJ".

    "Esclarece a defesa ainda que os fatos relacionados ao restaurante Manekineko, são antigos e já conhecidos há bastante tempo dos órgãos encarregados pela persecussão penal, pois foram explicados por Thiago antes mesmo da delação do empresário Italo Garritano. Por isso, não se justifica um novo pedido de prisão neste momento", afirmou a defesa do advogado, em nota.

    A defesa de Aragão não se pronunciou até a publicação deste texto. A defesa de Adriana Ancelmo já declarou em outras oportunidades que a cliente tem como comprovar a execução de serviços de todos os clientes que lhe repassaram recursos.

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