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    Lava Jato

    Joesley volta ao Brasil e diz que não estava 'passeando na Quinta Avenida'

    RAQUEL LANDIM
    DE SÃO PAULO
    RUBENS VALENTE
    DE BRASÍLIA

    13/06/2017 20h34 - Atualizado às 23h33

    Danilo Verpa - 13.fev.2017/Folhapress
    O empresário Joesley Batista, dono da JBS
    O empresário Joesley Batista, dono da JBS

    O dono da JBS, Joesley Batista, está no Brasil desde domingo (11) e disse que havia saído do país para "proteger a integridade da sua família".

    Ele voltou para prestar depoimentos e resolver assuntos pessoais. Joesley e o diretor da J& F Ricardo Saud prestaram esclarecimentos ao procurador da República Ivan Marx em investigação sobre supostos repasses da empresa ao PT por intermédio do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.

    Os recursos seriam originários de contratos com o BNDES e fundos de pensão e teriam abastecido campanhas dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff em contas no exterior, conforme os empresários apontaram em delação premiada. Os petistas negam.

    Como se tornou delator, Joesley não pode mais exercer o direito de ficar calado e tem que depor sempre que for chamado.

    Em nota divulgada nesta terça (13), o empresário disse que seus familiares sofreram "reiteradas ameaças" desde a divulgação do teor da delação premiada em que gravou conversa com o presidente Michel Temer.

    "Joesley Batista estava na China -e não passeando na Quinta Avenida, em Nova York, ao contrário do que chegou a ser noticiado e caluniosamente dito até pelo presidente da República. Não revelou seu destino por razões de segurança. Viajou com autorização da Justiça brasileira", diz a nota.

    "Joesley é cidadão brasileiro, mora no Brasil, paga impostos no Brasil e cria seus filhos no Brasil. Está pessoalmente à disposição do Ministério Público e da Justiça brasileiros para colaborar de forma irrestrita no combate à corrupção", acrescenta o comunicado.

    A divulgação da delação de Joesley e de outros executivos da J&F, empresa que controla a JBS, lançou o governo em sua maior crise, paralisou a discussão sobre as reformas e gerou questionamentos sobre a capacidade de sobrevivência do Executivo.

    Os termos do acordo de delação dos empresários, chancelados pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), são alvo de polêmica. O próprio presidente Temer, principal alvo das acusações, criticou publicamente os benefícios concedidos a Joesley, que, não será processado e teria recebido permissão para se mudar com a família para o exterior.

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