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    Ministro do STJ autoriza inquérito para investigar Beto Richa

    LETÍCIA CASADO
    DE BRASÍLIA

    14/06/2017 20h46

    Keiny Andrade/Folhapress
    Brasil - São Paulo, SP - 03.06.2015 - O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), durante entrevista na redação da Folha de S.Paulo. (Foto: Keiny Andrade/Folhapress, PODER)
    O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB)

    O ministro Og Fernandes, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), autorizou abertura de inquérito contra o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), que será investigado por supostos crimes citados na delação da Odebrecht.

    O pedido para investigar o governador foi feito pelo vice-procurador-geral da República José Bonifácio Andrada.

    Fernandes encaminhou os pedidos de diligências à Polícia Federal, que agora, vai apurar o que foi solicitado pela PGR (Procuradoria-Geral da República).

    O ministro determinou sigilo nos autos da investigação.

    Og Fernandes foi sorteado relator do inquérito, que não tem conexão com Petrobras. O relator da Lava Jato no STF é o ministro Luis Felipe Salomão.

    Os delatores Benedicto Júnior, conhecido como "BJ", e Valter Lana, ex-executivos da empreiteira, disseram aos investigadores da Lava Jato ter feito pagamentos "a pretexto de campanhas" do governador "operacionalizados por diversas pessoas".

    O material foi encaminhado ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), que depois enviou para o STJ, foro de governador.

    Na ocasião, Richa disse que todas as contas de campanhas "tiveram a origem dos recursos declarada à Justiça Eleitoral".

    DELAÇÃO DA ODEBRECHT

    BJ disse que a Odebrecht financiou três campanhas de Richa com dinheiro de caixa dois e registrado pelo setor de operações estruturadas da Odebrecht, conhecido como "departamento da propina".

    O tucano recebeu R$ 4 milhões em 2014, segundo BJ. Richa concorria à reeleição para o governo do Estado. O codinome dos pagamentos era "Piloto".

    O valor foi "alocado" às obras da rodovia PR-323, que acabou não indo adiante, disse o delator. Segundo ele, se o projeto tivesse sido desenvolvido, "esse valor seria alocado como custo dessa obra".

    BJ também afirmou que foram pagos R$ 550 mil por meio de caixa dois - sendo R$ 450 mil em 2010, quando Richa foi eleito governador, e R$ 100 mil em 2008, quando ele venceu a reeleição para a prefeitura de Curitiba.

    Nessas ocasiões, os pagamentos foram operacionalizados por Valter Lana e o codinome com "Brigão", contou BJ.

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