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    Lava Jato

    Temer pode desprezar lista tríplice para PGR; conheça concorrentes

    REYNALDO TUROLLO JR.
    DE BRASÍLIA

    19/06/2017 02h00 - Atualizado às 14h57
    Erramos: esse conteúdo foi alterado

    Pedro Ladeira - 28.mar.2017/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 28-03-2017, 12h00: O Procurador Geral da República (PGR) Rodrigo Janot se encontra com o presidente do senado senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) e com o presidente da câmara deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) no Congresso Nacional. Ele apresentou à Eunício propostas para a Lei de Abuso de Autoridade que está tramitando no senado. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    Rodrigo Janot, procurador-geral da República, em evento no Senado

    Em maio de 2016, Michel Temer desautorizou o então ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, quando este defendeu que o governo não nomeasse como procurador-geral da República o nome mais votado por integrantes do MPF (Ministério Público Federal).

    "Quem escolhe o Procurador-Geral da República, a partir de lista tríplice, é o presidente da República. O presidente manterá tradição de escolha de primeiro de lista tríplice para PGR", disse Temer, na ocasião, em nota.

    Hoje, ele mudou o tom e vem dando pistas de que pode não agir assim.

    A Constituição dá ao presidente a prerrogativa de escolher um nome entre todos os integrantes do MPF com mais de 35 anos de idade. Mas, desde 2001, a ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) organiza uma eleição entre os membros da carreira e submete ao presidente os três nomes mais votados. A votação será em 27 de junho. O mandato do atual procurador-geral, Rodrigo Janot, vai até 17 de setembro.

    Em 2001, Fernando Henrique Cardoso ignorou a lista e reconduziu à PGR Geraldo Brindeiro. A partir de 2003, com Lula, os presidentes têm nomeado o primeiro da lista –foi assim em 2015, quando Dilma Rousseff reconduziu Janot.

    Para o presidente da ANPR, José Robalinho Cavalcanti, é importante que o indicado seja da lista, porque uma pessoa nomeada "por fora" seria vista como "usurpadora".

    "A ANPR tem a posição de que os três nomes têm legitimidade. O MPF, hoje, não é administrável por alguém indicado fora da lista. Ele teria dificuldade enorme de arrumar quem o assessore", diz.

    A sinalização de Temer de que pode quebrar a tradição dos últimos 14 anos gerou expectativa em aliados de que o governo opte por alguém mais palatável –Planalto e Janot veem-se hoje em lados opostos.

    Robalinho minimiza a possibilidade. Para ele, o fato de Janot não ter se candidatado novamente "retira esse fator de tensão do ambiente".

    Ele diz, porém, que quem quer que seja nomeado não conseguirá frear a Lava Jato.

    *

    QUEM SERÁ O SUCESSOR DE JANOT?

    É visto como o mais próximo de Janot

    Página gráfica sobre a eleição à PGR - NICOLAO DINO

    NICOLAO DINO

    Apontado como o candidato mais próximo de Janot, notabilizou-se por pedir a cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer no TSE

    INGRESSO NO MPF
    1991

    CARGO ATUAL
    É subprocurador-geral da República e vice-procurador-geral eleitoral

    ANTERIORES
    Já foi conselheiro do Conselho Nacional do Ministério Público e coordenou a Câmara de Combate à Corrupção do MPF

    VIDA ACADÊMICA
    É mestre em direito pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e professor da UnB

    Fazem críticas pontuais/moderadas a Janot

    Página gráfica sobre a eleição à PGR - ELA WIECKO

    ELA WIECKO

    Conhecida por ligação com a causa indígena. Deixou de ser vice de Janot após participar de um protesto anti-impeachment

    INGRESSO NO MPF
    1975

    CARGO ATUAL
    É subprocuradora-geral da República, atua no STF na área cível e coordena a Câmara de Direitos Sociais e Fiscalização dos Atos Administrativos

    ANTERIORES
    Foi vice-procuradora-geral da República no mandato de Rodrigo Janot e já coordenou a Câmara de Direitos Indígenas

    VIDA ACADÊMICA
    É doutora em direito e docente na UnB (Universidade de Brasília)

    Página gráfica sobre a eleição à PGR - FRANKLIN RODRIGUES DA COSTA

    FRANKLIN RODRIGUES DA COSTA

    Candidatura surpreendeu parte dos procuradores, pois foi vista como inesperada. É tido como "outsider"

    INGRESSO NO MPF
    1989

    CARGO ATUAL
    É subprocurador-geral da República

    ANTERIORES
    Foi procurador eleitoral e dos direitos do cidadão. Atuou com direitos humanos e apurou tortura e grupos de extermínio

    VIDA ACADÊMICA
    Formado em comunicação e direito e pós-graduado pela UnB

    Página gráfica sobre a eleição à PGR - MARIO LUIZ BONSAGLIA

    MARIO LUIZ BONSAGLIA

    Faz críticas pontuais à gestão de Janot. Em 2015, ficou em segundo lugar na lista tríplice -a expectativa é de que seja bem votado

    INGRESSO NO MPF
    1991

    CARGO ATUAL
    É subprocurador-geral com atuação criminal no STJ. Coordena a Câmara que trata do sistema prisional e do controle externo da PF

    ANTERIORES
    Foi do Conselho Nacional do Ministério Público e procurador regional eleitoral em SP

    VIDA ACADÊMICA
    É doutor em direito do Estado pela USP

    São vistos ou se declaram como oposição a Janot

    Página gráfica sobre a eleição à PGR - CARLOS FREDERICO SANTOS

    CARLOS FREDERICO SANTOS

    Concorreu em 2015, quando fez forte oposição a Rodrigo Janot e ficou fora da lista tríplice. Diz que a Lava Jato precisa ser mais eficaz

    INGRESSO NO MPF
    1991

    CARGO ATUAL
    É subprocurador-geral da República com atuação na área criminal no STJ (Superior Tribunal de Justiça)

    ANTERIORES
    Presidiu a Associação Nacional dos Procuradores da República de 1999 a 2003, quando a lista tríplice foi criada

    VIDA ACADÊMICA
    É mestre em direito e especialista em direito público pelo UniCEUB

    Página gráfica sobre a eleição à PGR - EITEL SANTIAGO DE BRITO PEREIRA

    EITEL SANTIAGO DE BRITO PEREIRA

    Concorreu pela última vez em 2009. Era do grupo do ex-procurador-geral Geraldo Brindeiro (1995-2003)

    INGRESSO NO MPF
    1984

    CARGO ATUAL
    É subprocurador-geral da República e atua no STJ

    ANTERIORES
    Já oficiou em processos cíveis no STF (Supremo Tribunal Federal) e foi corregedor-geral do Conselho Superior

    VIDA ACADÊMICA
    É professor de direito constitucional da UFPB e mestre em Constituição e Sociedade pelo IDP

    Página gráfica sobre a eleição à PGR - RAQUEL ELIAS FERREIRA DODGE

    RAQUEL ELIAS FERREIRA DODGE

    Faz oposição moderada a Janot e diz que a Lava Jato precisa ser célere. Em 2015, ficou em terceiro lugar na lista tríplice

    INGRESSO NO MPF
    1987

    CARGO ATUAL
    É subprocuradora-geral da República com atuação no STJ na área criminal

    ANTERIORES
    Coordenou a Câmara Criminal e atuou na operação Caixa de Pandora (2009), que revelou o mensalão do DEM

    VIDA ACADÊMICA
    É mestre em direito pela Universidade Harvard (EUA)

    Página gráfica sobre a eleição à PGR - SANDRA CUREAU

    SANDRA CUREAU

    Declara-se de oposição a Janot. Já ocupou muitos cargos. Hoje é menos conhecida entre os procuradores jovens

    INGRESSO NO MPF
    1976

    CARGO ATUAL
    É subprocuradora-geral da República e integra a comissão examinadora de concursos para procurador da República

    ANTERIORES
    Foi vice-procuradora-geral da República e vice-procuradora-geral eleitoral, com atuação perante o STF e o TSE

    VIDA ACADÊMICA
    Fez mestrado na Uerj e é doutoranda em direito na Universidade de Buenos Aires

    O ATUAL

    Página gráfica sobre a eleição à PGR - Janot

    Rodigo Janot foi nomeado pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2013 após encabeçar a lista tríplice. Em 2015, foi reconduzido por Dilma ao ser novamente o mais votado. Hoje, é responsável por investigação sobre o presidente Michel Temer

    como é a sucessão à PGR

    DEBATE
    A Folha realiza na sexta (23), em parceria com o site jurídico Jota, debate entre os candidatos à Procuradoria-Geral da República, no auditório do UniCEUB, em Brasília. O evento, que começa às 10h, terá transmissão ao vivo no site do jornal

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