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    Em relatório, PF aponta vínculo entre Pezão e esquema de Sergio Cabral

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    21/06/2017 20h09

    Carlos Magno/Divulgação
    03.12.2015 - Rio de Janeiro - RJ - Governador Luiz Fernando Pezão recebe o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio Guanabara, zona sul do Rio de Janeiro. Foto: Carlos Magno. ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, ao lado do ex-presidente Lula

    Em relatório entregue ao juiz Marcelo Bretas, responsável pelos desdobramentos da Lava Jato no Rio, a Polícia Federal aponta vínculos entre o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, ao esquema de corrupção chefiado pelo ex-governador Sergio Cabral.

    Para a PF, há indícios de pagamento de propina de R$ 50 mil ao governador, que nega ter recebido recursos ilícitos.

    O relatório, datado de 6 de junho, analisa celulares, agendas e equipamentos eletrônicos apreendidos com Luiz Carlos Bezerra, que é apontado como operador de Cabral.

    No texto, a PF diz ter verificado "algumas informações que vinculam o governador Luiz Fernando a integrantes da organização criminosa chefiada pelo ex-governador Sergio Cabral".

    Segundo a PF, uma das mensagens do celular de Bezerra sugere que Pezão seria o destinatário de R$ 50 mil do esquema. "PeZao galo na 2ª falar felipe (sic)" diz o texto.

    Para os investigadores, a mensagem indica que o governador receberia R$ 50 mil. "Galo, na linguagem popular, significa 50", diz o relatório.

    Para a PF, trocas de mensagens por celular mostram que Pezão e Bezerra são próximos. Em uma delas, Bezerra chama o governador de "Pezzone" antes de cumprimentá-lo pelo seu aniversário.

    "Vamos juntos amigo, a gente até enverga, mas não quebra nem a karaio!!!!", diz Bezerra, no dia 29 de março de 2016.

    Em outra, de 6 de novembro de 2015, elogia o governador pelos serviços no Detran "como um contribuinte, não como o amigo que tem oportunidade de estar próximo do Exmo Gov e beber umas 'geladas'".

    O delegado da PF Antonio Carlos Beaubrun Junior pede a Bretas que o relatório seja enviado ao (STJ) Superior Tribunal de Justiça para proceder a investigação, uma vez que o governador tem foro privilegiado.

    É o terceiro relatório em que a PF aponta indícios de pagamento de propina a Pezão. Em fevereiro, foram analisados seis bilhetes encontrados na casa de Bezerra, que traziam referências a suposto pagamento de R$ 190 mil ao governador.

    Em março, a PF informou ter encontrado indícios do recebimento de R$ 490 mil, também com base em bilhetes apreendidos com Bezerra.

    "O governador reafirma que nunca recebeu recursos ilícitos e que continua à disposição da Justiça para quaisquer esclarecimentos", afirmou assessoria de Pezão.

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