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    Registros sobre visitas a Cabral em presídio do Rio têm falhas

    LEANDRO RESENDE E JULIANA DAL PIVA
    DA AGÊNCIA LUPA

    23/06/2017 02h00

    Daniel Marenco - 14.jun.2013/Folhapress
    RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL, 14-06-2013, 10h30: Foi dado na manha desta sexta-feira (14), no Complexo Esportivo da Rocinha, zona sul do Rio, o pontape inicial do PAC 2. O projeto investira R$ 2,6 bilhoes em tres favelas cariocas: Rocinha, na zona sul; Jacarezinho, zona norte e Complexo do Lins, na zona oeste. Do total, R$ 1,8 bilhao cabera ao governo federal, e R$ 800 milhoes ao Estado. A cerimonia contou com as presencas da presidente Dilma Rousseff, do prefeito Eduardo Paes, governador Sergio Cabral e seu vice Luiz Fernando Pezao. Em seu discurso de cerca de 30 minutos, Dilma exaltou as obras do PAC e disse estar orgulhosa. (Foto: Daniel Marenco/Folhapress, PODER)
    O ex-governador do Rio, Sergio Cabral, durante discurso em 2013

    Os registros da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária do Rio (Seap) sobre visitas feitas ao ex-governador Sérgio Cabral na prisão contêm erros.

    Segundo documentos obtidos pela Agência Lupa junto à Seap, via Lei de Acesso à Informação, dois deputados estaduais do PSOL –Marcelo Freixo e Flavio Serafini– teriam estado com Cabral no presídio de Bangu 8.

    Freixo teria visitado Cabral, seu opositor político, às 9h25 de 31 de março. Serafini, em 15 de maio, sem hora especificada. Procurados, ambos negam a visita.

    O advogado Rodrigo Roca, que atende o ex-governador, preso pela Lava Jato em novembro de 2016, também desconhece que Freixo e Serafini tenham feito essas visitas.

    Reprodução
    Lista de visitas que o Sergio Cabral recebeu

    No dia em que, segundo o documento, Freixo teria estado com o ex-governador, ele visitou o Complexo Penitenciário de Gericinó, onde fica Bangu 8 –mas não a unidade em que estava Cabral.

    Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, acompanhou integrantes do Mecanismo Estadual de Combate à Tortura em uma visita a quatro unidades que integram o complexo.

    Serafini, por sua vez, afirmou que esteve em Bangu 8, mas para "conversar com o diretor [do local] sobre a situação de um preso com problemas psiquiátricos".

    Diante do conflito de informações, a reportagem procurou a assessoria de imprensa da secretaria e foi informada de que a pasta não comentaria as contestações.

    O secretário estadual de Administração Penitenciária, coronel Erir Costa Ribeiro, por outro lado, reconheceu o erro. Numa mensagem por celular enviada à reportagem, disse que os deputados do PSOL "só foram na unidade [Bangu 8], mas não tiveram contato com os presos".

    Em 28 de maio, Cabral foi transferido de Bangu 8 para um presídio em Benfica, na zona norte do Rio.

    Também há questionamentos com relação aos registros de visitas feitas a outros presos da Lava Jato.

    Verônica Fernandes Vianna é mulher do ex-secretário estadual de Saúde Sérgio Côrtes, preso em 11 de abril por acusações envolvendo desvios de verba pública no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO).

    Ela aparece, porém, nos documentos como "esposa" de Sérgio de Castro Oliveira, a quem teria visitado em 17, 20 e 27 de maio.

    Oliveira, conhecido como "Serjão", foi preso em 26 de janeiro, apontado como operador financeiro de Cabral e do empresário Eike Batista. O advogado Gustavo Teixeira, que atende a Côrtes, diz que ela esteve em Bangu 8 para ver seu marido, não "Serjão".

    As falhas se somam a problemas revelados pela TV Globo em 28 de maio. Reportagem da emissora mostrou que duas páginas do livro de controle de visitas do presídio onde o ex-governador e outros presos da Lava Jato no Rio estavam detidos haviam sido arrancadas.

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