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    Lava Jato

    Torquato critica 'pós-verdade', mas não garante chefe da PF no cargo

    GUSTAVO URIBE
    CAMILA MATTOSO
    DE BRASÍLIA

    24/06/2017 13h42 - Atualizado às 16h40

    Alan Marques - 2.jun.2016/Folhapress
    BRASÍLIA, DF, BRASIL, 02.06.2016. O ministro da Transparência, Torquato Jardim, dá entrevista sobre o aumento dos servidores e pauta de votações na Câmara, no Palácio do Planalto. (FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
    Torquato Jardim, ministro da Justiça

    O ministro da Justiça, Torquato Jardim, criticou a imprensa neste sábado (24) chamando de "pós-verdade" informações de que decidiu trocar o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello. Ele, no entanto, não garantiu a continuidade do subordinado.

    "O noticiário que está aí é, para usar o termo moderno, uma pós-verdade e não corresponde à realidade, não constrói afabilidade e em nada ajuda na boa condução dos interesses públicos", disse. "Não há nomes, há instituições. Não estamos preocupados com personalidades, mas comprometidos com instituições", acrescentou.

    Neste sábado (24), a Folha mostrou que em uma reunião com sindicalistas, na quinta-feira (22), Torquato anunciou que faz parte de seus planos trocar o diretor-geral.

    O ministro convocou veículos de comunicação para dar explicações, mas se negou a responder perguntas dos jornalistas.

    Fez um curto pronunciamento no Ministério da Justiça e levantou-se da mesa, deixando Daiello sozinho no local.

    Em sua rápida fala, disse que há "absoluta harmonia". Em reunião antes do pronunciamento com o diretor-geral, Torquato estava visivelmente nervoso, segundo relatos.

    Ao permanecer na sala de entrevista com a imprensa, Daiello tratou de amenidades, como propostas em discussão na Polícia Federal e um convite que fez a Torquato para visitar a sede da entidade. Ele também não respondeu a perguntas.

    TROCA

    Em sua primeira entrevista após tomar posse, o ministro da Justiça já havia deixado sem resposta a pergunta sobre a permanência de Daiello.

    No dia 31 de maio, Torquato foi questionado se descartaria a troca na polícia. Ele pensou por alguns segundos e disse que "o mundo não é maniqueísta".

    A saída do diretor-geral é vista por seus pares como uma tentativa de interferir na investigação, o que o ministro nega desde o primeiro dia. Um dos nomes cotados para assumir o cargo ocupa o segundo posto na hierarquia da PF, o delegado Rogério Galloro.

    O Palácio do Planalto, no entanto, procura um nome com maior trânsito político e, por isso, ainda não anunciou um substituto para Daiello.

    Daiello é o mais longevo diretor da polícia. Ele está no comando desde 2011, ainda no mandato da ex-presidente Dilma Rousseff.

    Em seis anos e meio, o chefe da PF teve de se reportar a seis ministros diferentes, por causa de trocas políticas.

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