• Poder

    Sunday, 19-May-2024 07:59:15 -03

    'Nova oposição' pressiona Maia a definir rito de denúncia contra Temer

    DANIEL CARVALHO
    DE BRASÍLIA

    27/06/2017 16h39 - Atualizado às 19h37

    Pedro Ladeira -30.jun.2015/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 30-06-2015, 11h00: O dep. Julio Delgado (PSB-MG), que foi citado na delação do empresário Ricardo Pessoa. Reunião da CPI da Petrobras. O presidente é o dep. Hugo Motta (PMDB-PB) e o relator é o dep. Luiz Sergio (PT-RJ). (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    O deputado Julio Delgado (PSB-MG), um dos integrantes do grupo de oposição ao presidente Temer

    Integrantes de partidos como DEM, PPS, PSB, PDT, PSOL, Rede, Podemos e PHS formaram um grupo de oposição ao governo Michel Temer e agora pressionam o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a já estabelecer um rito para a denúncia apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o presidente.

    Legenda de Maia, o DEM integra a base aliada de Temer, assim como o PPS. O PSB migrou para a oposição quando foi divulgada gravação de conversa entre Temer e Joesley Batista, dono da JBS. Cerca de metade do partido, no entanto, ainda se mantém governista, e a legenda ainda ocupa o Ministério de Minas e Energia.

    Principal partido da oposição, o PT não têm participado das reuniões do grupo. Os integrantes desta "nova oposição" dizem que a participação da legenda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderia prejudicar as articulações no momento.

    O grupo de congressistas fez uma reunião com Maia nesta terça-feira (27) para pedir que ele defina os detalhes da tramitação da denúncia e que estabeleça inclusive sessões aos domingos, como aconteceu no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

    "Existe um ineditismo no fato. Queremos que, no mínimo, seja garantido um rito tão rigoroso quanto o do impeachment", disse Julio Delgado (PSB-MG), um dos membros do grupo, que não havia recebido uma resposta de Maia até o final desta tarde.

    Ao sair do encontro, os deputados disseram que Maia já encondou à Secretaria-Geral da Mesa uma proposta de rito, que deve ser apresentada aos parlamentares na quinta-feira (29).

    Em outra frente, esta nova oposição se movimenta para preparar o terreno para uma eventual Presidência da República sob comando de Maia, o primeiro na linha sucessória.

    Maia tem mantido a discrição para não dar margem a acusações sobre conspirar contra Temer, que o ajudou a chegar à presidência da Câmara duas vezes.

    A cautela que Maia tenta transparecer é tanta que, até hoje, ele não se manifestou sobre os pedidos de impeachment protocolados na Câmara contra Temer. Não deu seguimento, mas também não os arquivou.

    Ele também tem se esquivado de falar sobre quem assumirá a relatoria da denúncia na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara.

    O governo quer garantir no posto alguém de confiança para produzir um parecer favorável a Temer.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024