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    Doria diz que não será desleal a Alckmin e que quer 'enterrar' Lula

    DANIEL CARVALHO
    DE BRASÍLIA

    28/06/2017 15h31

    Eduardo Anizelli/Folhapress
    O presidente do Senado, senador Eunício de Oliveira (PMDB-CE), recebe o prefeito de São Paulo João Dória em seu gabinete em Brasília nesta quarta-feira (28).
    O presidente do Senado, Eunício de Oliveira (PMDB-CE), recebe o prefeito Doria (PSDB) em Brasília

    Em palestra para empresários em Brasília, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), disse não se apresentar como candidato à Presidência da República em 2018 por lealdade ao governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), seu padrinho político. No entanto, Doria disse que quem escolhe os candidatos nos grandes partidos é o povo.

    No evento organizado pelas seções do DF da Fecomércio e do Lide, empresa fundada por Doria, o prefeito de São Paulo também atacou o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que o petista deve disputar as eleições do ano que vem, mas para ser "enterrado" pelos tucanos.

    As declarações foram dadas em resposta a empresários que participaram do almoço em um hotel em Brasília.

    Uma das perguntas era se Doria seria candidato à presidente em 2018. O prefeito respondeu que não se apresenta como candidato, mas "como brasileiro que administra a maior cidade brasileira e quer contribuir para o país".

    "Alem do quê, aprendi com meu pai a ter lealdade. Essa é uma característica que eu aprecio e tenho. Tenho lealdade ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Jamais eu teria atitudes para atropelá-lo, colocá-lo em situação de constrangimento diante de alguém que sempre me prestigiou, me dedicou amizade", afirmou.

    Logo em seguida, fez uma ponderação citando posicionamentos do próprio Alckmin e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

    "Quem toma a decisão para uma candidatura dos bons partidos, dos bons candidatos, não são os candidatos nem os partidos. É o povo", afirmou Doria, sob aplausos do empresariado.

    O prefeito disse que o momento de decidir a candidatura do PSDB à Presidência chegaria e se daria "sem constrangimentos, sem mágoas, sem machucaduras e de uma forma natural".

    As críticas ao PT que predominaram ao longo dos seus 45 minutos de fala seguiram durante ao tempo destinado a perguntas.

    Doria disse não temer os índices de popularidade de Lula e disse querer vê-lo candidato à Presidência da República em 2018.

    "Já defendi e continuo a defender que o Lula deve ser candidato nas eleições. Deve disputar as eleições, sim, e perder as eleições. Para não criarmos um mártir e a vitimização que pode eternizar a figura de um mito que não é mito", disse Doria.

    "O Lula disputando as eleições não vai isentá-lo das penas que ele deverá receber provavelmente fruto dos cinco indiciamentos que já tem. Mas ao perder a eleição, e assim será, Deus é grande e o povo brasileiro também, vamos enterrar o mito, vamos enterrar o Lula e vai ficar o Luiz Inácio", disse o prefeito de São Paulo encerrando a palestra.

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