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    Lava Jato

    Com crise política, Temer desiste de encontro do G20

    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    28/06/2017 20h53 - Atualizado às 17h25
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    Eduardo Anizelli/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 27-06-2017, 15h30: O Presidente Michel Temer, faz discurso acompanhado de Deputados Federais, no Palacio do Planalto, em Brasilia. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress, PODER)
    O presidente Michel Temer em discurso nesta terça (27)

    Sob o risco de ser afastado do cargo, o presidente Michel Temer desistiu de participar do encontro do G20, que será realizado nos dias 7 e 8 de julho na Alemanha.

    Ele também decidiu não comparecer mais a almoço com a chanceler alemã Angela Merkel, em Berlim, e não se encontrar mais com o presidente colombiano Juan Manuel Santos, em Bogotá.

    Inicialmente, o peemedebista cogitou participar apenas da reunião principal do G20 e da foto com os chefes de governo. No início da noite, contudo, desistiu.

    A avaliação é de que, diante do momento crucial para a sua sobrevivência no cargo, o peemedebista deve permanecer no país para garantir vitórias na Câmara e no Senado.

    Temer será o primeiro presidente brasileiro a não comparecer ao G20 desde 2010. Naquele ano, houve duas cúpulas de chefes de governos. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva compareceu à da Coreia do Sul, mas não à do Canadá.

    Para julho, ele só não desmarcou viagem a Mendoza, na Argentina, quando o Brasil assumirá a presidência do Mercosul. Ela está marcada para o final do mês.

    Na semana passada, quando o presidente estava em viagem à Rússia e à Noruega, o Palácio do Planalto sofreu derrota na CAS (Comissão de Assuntos Sociais), que recusou relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) da reforma trabalhista.

    A expectativa é votar nas semana que vem as mudanças nas regras trabalhistas e barrar a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o presidente até o final de julho, com a possibilidade inclusive de encurtar o recesso parlamentar.

    Para se livrar da denúncia, o presidente precisa que 172 deputados federais não compareçam ou votem contra a aceitação do processo.

    Para isso, ele apostará na tese de que está sendo perseguido pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em busca do espírito de corpo dos parlamentares, muitos deles investigados.

    O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, decidiu que vai enviar a denúncia contra Temer diretamente para a Câmara.

    O ministro entendeu, como queria o Planalto, que a defesa política do presidente tem que ser feita no parlamento e a jurídica, no STF, caso o Judiciário tenha autorização para analisar o caso.

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