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    Lava Jato

    Planalto tenta emplacar relator aliado para analisar denúncia

    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    28/06/2017 21h01

    Pedro Ladeira - 20.mai.2017/Folhapress
    O presidente Michel Temer, em pronunciamento em Brasília
    O presidente Michel Temer em pronunciamento em Brasília

    A base governista intensificou nesta quarta-feira (28) a pressão para que a denúncia criminal contra Michel Temer seja relatada por um deputado alinhado ao Palácio do Planalto.

    A escolha do nome cabe formalmente a Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), do partido de Temer e presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, etapa inicial de tramitação da acusação.

    Pacheco, porém, tem feito reiteradas declarações de que não aceitará "interferência do governo na escolha".

    O Planalto tem predileção por Alceu Moreira ou Jones Martins, ambos do PMDB do Rio Grande do Sul, e Laerte Bessa (PR-DF). Todos são alinhados ao governo.

    A oposição pede um nome "independente" e sugeriu Tadeu Alencar (PSB-PE). Outros cotados da base governista, mas considerados de perfil mais independente, são Marcos Rogério (DEM-RO), Sergio Sveiter (PMDB-RJ), Esperidião Amin (PP-SC) e José Fogaça (PMDB-RS).

    Nesta terça, Pacheco recebeu em seu gabinete vários parlamentares, entre eles Beto Mansur (PRB-SP), um dos principais deputados que atuam como elo entre Temer e o Legislativo.

    A denúncia deve chegar à Câmara nesta quinta-feira (29). Cabe ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encaminhar a acusação para a CCJ, que dará um parecer sobre o caso.

    A palavra final, porém, cabe ao plenário da Câmara. É preciso o apoio de pelo menos 342 dos 513 deputados para que o Supremo Tribunal Federal seja autorizado a analisar a denúncia. Se o aval for dado e a corte a aceitá-la, é aberto o processo, com o consequente afastamento de Temer do cargo.

    O presidente foi denunciado pela Procuradoria-Geral sob a acusação de ser o real destinatário de uma mala contendo propina de R$ 500 mil, além de promessa de outros R$ 38 milhões em vantagem indevida, ambas da empresa JBS. Ele nega as acusações. O Ministério Público deve apresentar outras denúncias contra o peemedebista, todas relativas às investigações da Lava Jato.

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