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    Lava Jato

    Na véspera de escolha de Dodge, Temer se reuniu com Mendes

    GUSTAVO URIBE
    TALITA FERNANDES
    DE BRASÍLIA

    28/06/2017 22h28 - Atualizado às 23h26

    Zanone Fraissat - 29.mai.2017/Folhapress
    A subprocuradora Raquel Dodge, escolhida por Temer
    A subprocuradora Raquel Dodge, escolhida por Temer

    No dia anterior à escolha de Raquel Dodge, o presidente Michel Temer se reuniu com o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gilmar Mendes.

    O encontro foi realizado na residência do também ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e teve também as participações dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).

    Mendes, que se tornou uma espécie de conselheiro jurídico de Temer, é crítico ferrenho do atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e um dos principais defensores da escolha de Dodge, rival do chefe do Ministério Público Federal.

    O ministro teve um papel fundamental na escolha do ex-ministro da Justiça Alexandre de Moraes para a vaga de Teori Zavascki na Suprema Corte, em março.

    Nesta quarta-feira (28), Temer escolheu Dodge no mesmo dia em que recebeu a lista tríplice para o cargo promovida pela ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República).

    A indicação de Dodge será publicada na edição desta quinta-feira (29) do "Diário Oficial da União". Com a iniciativa, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), poderá marcar a sabatina. Se for aprovada pelos senadores, será a primeira mulher a comandar a PGR.

    Na noite desta quarta-feira (28), após o anúncio, Dodge se reuniu por cerca de uma hora com Eunício, no gabinete do presidente do Senado, para discutir o tema. O encontro não estava na agenda de Eunício e foi feito com discrição.

    O Palácio do Planalto quer realizar a sabatina o mais rápido possível, para evitar que um eventual agravamento da crise política possa inviabilizar a sua nomeação. A ideia é que ela seja lida nesta quinta-feira (29) no plenário do Senado e enviada para a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).

    O presidente do Senado minimizou o jantar de Mendes com Temer. Segundo ele, não há problema no fato de Gilmar julgar uma denúncia contra o presidente já que o caso ainda terá de ser analisado pela Câmara.

    Eunício disse ainda que Gilmar é presidente do TSE e que ele vem tratando da reforma política com o Congresso. Para ele, existe independência dos Poderes e é normal que as instituições se conversem.

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