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    Lava Jato

    Senador Roberto Rocha vai relatar indicação de Dodge para PGR

    TALITA FERNANDES
    DE BRASÍLIA

    29/06/2017 08h43

    Marcos Oliveira/Agência Senado
    Brasilia,DF,Brasil 05/03/2015 Plenario do Senado durante sessão deliberativa ordinária. Em pronunciamento, senador Roberto Rocha (PSB-MA). Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    O senador Roberto Rocha (PSB-MA), que relatará a indicação de Raquel Dodge

    O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), escolheu Roberto Rocha (PSB-MA) para relatar a indicação de Raquel Dodge ao cargo de procuradora-geral da República.

    A relatoria foi confirmada nesta quinta-feira (29) pelo presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Edison Lobão (PMDB-MA).

    A assessoria de Rocha confirmou que Eunício fez o convite a Rocha na noite de quarta-feira (28), horas depois de o nome de Dodge ter sido anunciado pelo Palácio do Planalto.

    O senador será o responsável por um parecer - que pode ser favorável ou não - à escolha da procuradora para ocupar o cargo pelos próximos dois anos. Rocha classificou a indicação de Temer como "uma grande escolha" e destacou o currículo de Dodge. "É uma pessoa idônea, tem 30 anos de Ministério Público, professora da UnB, de Harvard, com um currículo impecável. A escolha do presidente Michel Temer, sem dúvida, é uma grande escolha, e poderemos testemunhar isso na sabatina.

    O relatório deve ser apresentado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) na próxima quarta-feira (5), quando deve ser feita apenas a leitura do parecer. O governo trabalha com um calendário de sabatina e votação para a semana seguinte, no dia 12 de julho. que tem como função sabatinar a candidata ao cargo. Após apreciação do colegiado, a indicação para a PGR é analisada pelos 81 senadores em plenário. A ideia do governo é que as duas etapas sejam feitas no mesmo dia.

    O governo agiu com pressa para escolher o substituto de Janot, que acusa o presidente Michel Temer de ter cometido crime de corrupção passiva e não deve ter dificuldade em aprovar o nome da indicada para o cargo.

    Eunício foi comunicado da escolha de Dodge no fim da manhã de quarta e na sequência conversou com o presidente da CCJ, senador Edison Lobão (PMDB-MA).

    À noite, ele recebeu Dodge em seu gabinete para combinar o calendário de sabatina e aprovação. A previsão é de que a escolha do presidente Temer seja lida em plenário nesta quinta-feira (29) e enviada nesta mesma data à CCJ.

    A previsão é de que a sabatina e votação aconteçam no dia 12 de julho, antes do recesso parlamentar.

    Temer recebeu na quarta, da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), a lista com três nomes indicados pela categoria. A procuradora foi a segunda mais votada da categoria e é adversária do atual PGR.

    Em primeiro, ficou Nicolao Dino, aliado de Janot e que defendeu no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a cassação da chapa Dilma Roussef-Michel Temer. O terceiro foi Mario Bonsaglia.

    Para Rocha, a escolha da segunda colocada na lista, e não do primeiro, não é um problema. "O presidente tem a prerrogativa de escolher um dos três da lista ou até nenhum dos três. Nenhuma dificuldade. O próprio Nicolau Dino [o mais votado], conhecendo as regras do jogo, não vai achar nenhuma estranheza nisso. O próprio governador Flávio Dino, irmão dele, no estado do Maranhão, não escolheu o primeiro da lista. De modo que essa é uma prática do chefe do Executivo", disse.

    O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) minimizou o fato de Temer ter escolhido uma procuradora que é adversária de Janot. "Não sei se ela é adversária de alguém", disse. Segundo ele, Temer poderia nomear uma pessoa que estivesse fora da lista apresentada pela ANPR, mas escolheu "homenagear" a associação. "Escolheu a primeira mulher que vai comandar o MPF no país, na historia do Brasil", disse.

    Ele negou ainda que Dodge seja "apadrinhada" do PMDB. "Nenhum partido apadrinha indicação do PGR. Eu trabalhei pela recondução Janot, por sua aprovação, e nem por isso o PMDB apoiou a indicação", disse. Para ele, as afirmações que o Palácio do Planalto escolheu uma aliada para comandar o Ministério Público é um "factoide".

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