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    Doria atua para frear comentários sobre distanciamento de Alckmin

    THAIS BILENKY
    DE SÃO PAULO

    30/06/2017 02h00

    Bruno Santos - 11.jun.2017/Folhapress
    Doria (à dir.) tem procurado alinhar posicionamentos com Alckmin para frear rumores de afastamento
    Doria (à dir.) tem procurado alinhar posicionamentos com Alckmin para frear rumores de afastamento

    Para estancar comentários sobre o suposto distanciamento de Geraldo Alckmin (PSDB), o prefeito João Doria (PSDB) tem feito esforços para demonstrar alinhamento com o governador, especialmente em pautas nacionais.

    Nesta semana, Doria telefonou ao menos duas vezes ao padrinho político antes de comparecer a eventos fora de São Paulo. A primeira ligação ocorreu na terça (27), a caminho de um evento do jornal "O Globo", no Rio.

    Lembrado que o interesse seriam temas como as reformas e a crise política, ele sacou o telefone e falou com o governador do carro sobre o posicionamento que manifestaria pouco depois.

    "Minha posição, que é igual à do governador Geraldo Alckmin, é proteger o Brasil, não o governo Temer", disse.

    Ao opinar sobre a permanência do PSDB no governo, Doria disse que "é uma decisão partidária". Horas depois, Alckmin defendeu que "a decisão seja de partido".

    O governador trabalha para ser o candidato do PSDB à Presidência, mas Doria, nome em rápida ascensão política nacional, não reage energicamente contra especulações sobre uma eventual candidatura sua.

    Sua atitude ambígua gerou desconforto no entorno de Alckmin. Auxiliares de ambos os tucanos passaram a trocar farpas.

    O segundo telefonema ocorreu na quarta-feira (28). Pouco antes de reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em Brasília, para tratar de impostos, o prefeito contatou Alckmin.

    Naquele dia, questionado sobre 2018, Doria disse que "jamais teria atitudes para atropelar" Alckmin.

    Aliados do governador veem os gestos de Doria com cautela. Dizem que ele não quer deixar de ser visto como presidenciável nem melindrar o padrinho político. Por isso, afirmam alckmistas, ele morde e assopra: deixa dúvidas no ar e afaga o governador.

    Na ocasião em que disse que não desrespeitaria Alckmin, Doria emendou que "quem toma a decisão para uma candidatura dos bons partidos, dos bons candidatos, não são os candidatos nem os partidos. É o povo".

    Em conversas em particular, de acordo com aliados do prefeito, sempre que perguntado sobre 2018, Doria repete que o combinado é jogar parado: quem chegar melhor posicionado será o candidato, diz. A frase que ele costuma usar é que "a precedência é do Geraldo, mas o Geraldo tem grandeza".

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