• Poder

    Wednesday, 01-May-2024 14:01:51 -03

    Lava Jato

    Comissão de ética abre investigações contra ministros por delação da JBS

    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    03/07/2017 12h23

    Pedro Ladeira - 28.mar.2017/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 28-03-2017, 16h00: O presidente Michel Temer, acompanhado do ministro Gilberto Kassab (Ciencia Tecnologia inovações e Comunicações), durante Cerimônia de Sanção da Lei de Revisão do Marco Regulatório da Radiodifusão, no Palácio do Planalto. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    O ministro Gilberto Kassab, com o presidente Michel Temer

    A comissão de ética da Presidência da República determinou nesta segunda-feira (3) a abertura de procedimentos de investigação para apurar as condutas dos ministros Gilberto Kassab (Comunicação) e Marcos Pereira (Indústria e Comércio Exterior), citados nas delações premiadas da JBS.

    A comissão federal irá apurar se os ministros, que exerciam cargos na máquina pública quando as eventuais irregularidades foram cometidas, infringiram a ética pública em acusações como recebimento de recursos financeiros e troca de favores.

    Para o presidente da comissão de ética, Mauro Menezes, as acusações contra os ministros são graves. Ele disse ver com atenção e preocupação "o volume de questões éticas e de alta gravidade" que têm vindo à tona em delações premiadas.

    Em abril, no rastro das delações premiadas da Odebrecht, o órgão federal abriu investigações contra os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Gilberto Kassab.

    "Nós consideramos a necessidade de se preservar preceitos republicanos e não abrimos mão de receber com clareza a posição das autoridades envolvidas", disse Menezes.

    Caso seja provada a conduta irregular deles, o código da alta administração federal prevê tanto uma simples advertência como recomendação de exoneração dos ministros ao presidente Michel Temer.

    A comissão de ética deu prazo de dez dias aos ministros para apresentarem suas defesas, a contar pelo recebimento dos ofícios.

    Segundo o empresário Joesley Batista, foi acertada no final de março propina a Pereira de R$ 6 milhões referentes à liberação de um empréstimo de R$ 2,7 bi na Caixa. O PRB havia indicado um vice-presidente do banco, e ficaram programados pagamentos mensais no valor de R$ 500 mil no início de 2016.

    Em relação a Kassab, o executivo Wesley Batista disse que pagou mensalmente R$ 350 mil desde 2010 a uma empresa ligada ao ministro por contratos superfaturados de aluguel de caminhões. O valor totalizaria quase R$ 30 milhões.

    Os dois ministros negam as acusações feitas pelos empresários da JBS.

    Além de Pereira e Kassab, a comissão de ética abriu investigações contra os ex-ministros Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e Guido Mantega (Fazenda) e o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024