• Poder

    Saturday, 11-May-2024 13:14:28 -03

    Lava Jato

    Temer investe em PSDB para conseguir maioria simples na CCJ

    GUSTAVO URIBE
    DANIEL CARVALHO
    DE BRASÍLIA

    05/07/2017 16h01

    Eduardo Anizelli - 27.jun.2017/Folhapress
    O presidente Michel Temer discursa no Palácio do Planalto
    O presidente Michel Temer discursa no Palácio do Planalto

    Com dificuldades de conseguir o apoio de uma maioria simples na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), o presidente Michel Temer aumentou ofensiva sobre o PSDB, principal partido da base aliada e cuja maioria dos parlamentares tem evitado declarar apoio público ao peemedebista.

    Nesta quarta-feira (5), repetindo estratégia de promover audiências com deputados indecisos, o presidente se reuniu pela manhã com Elizeu Dionizio (PSDB-MS) e, no meio da tarde, marcou encontro com Silvio Torres (PSDB-SP).

    Os dois são titulares da comissão parlamentar e, em enquete promovida pela Folha, não responderam como votarão em plenário sobre denúncia contra o presidente por corrupção passiva.

    Pelos cálculos do Palácio do Planalto, o presidente teria 30 de 66 votos na CCJ, menos do que a maioria simples de 34 votos para aprovar um relatório favorável ou derrubar um desfavorável a ele.

    No total, o PSDB tem sete parlamentares na comissão parlamentar, dos quais três já se pronunciaram a favor da denúncia e os outros quatro não manifestaram ainda como votarão.

    O esforço do Palácio do Planalto tem sido o de conseguir o apoio dos quatro indecisos, garantindo, pelo menos, maioria simples na CCJ.

    Na terça-feira (4), o presidente se encontrou com seis titulares da comissão parlamentar, entre eles Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que disse não saber como votará em enquete da Folha.

    Além dos tucanos, o presidente marcou nesta quarta-feira (5) audiências com outros três deputados governistas, dois deles indecisos: Luis Tibé (PTdoB-MG) e Roberto de Lucena (PV-SP).

    A meta da gestão peemedebista é tentar conseguir pelo menos 42 votos, considerada uma margem de apoio segura caso ocorram traições de última hora.

    Para auxiliares e assessores presidenciais, no entanto, dificilmente o Palácio do Planalto conseguirá mais de 38 votos.

    A conquista de uma maioria simples é considerada essencial pelo presidente para conseguir levar a plenário um relatório favorável à sua continuidade no cargo.

    Caso a denúncia seja apoiada em plenário por pelos menos 342 dos 513 parlamentares, o STF (Supremo Tribunal Federal) é autorizado a analisar a acusação formal contra o presidente.

    Se ele abrir o processo, o presidente é afastado por até 180 dias.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024