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    Lava Jato

    PGR pede para investigar Serra por caixa dois

    LETÍCIA CASADO
    DE BRASÍLIA

    05/07/2017 23h08

    Pedro Ladeira/Folhapress
    O senador José Serra (PSDB-SP)José Serra anuncia que o partido permanecerá no governo Michel Temer
    O senador José Serra (PSDB-SP)

    O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu abertura de um inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) para apurar se o senador José Serra (PSDB-SP) recebeu cerca de R$ 7 milhões por meio de caixa dois da JBS na campanha presidencial de 2010.

    Um dos delatores da JBS, o empresário Joesley Batista, dono do frigorífico, disse que fez uma doação não contabilizada à campanha. Ele afirmou que passou R$ 20 milhões mas apenas R$ 13 milhões foram declarados a justiça eleitoral.

    De acordo com o delator, Serra o procurou na sede da JBS, em São Paulo, para pedir financiamento para disputar eleitoral.

    Segundo ele, R$ 6 milhões foram pagos por meio de emissão de nota fiscal da LRC Eventos e Promoções para simular a aquisição de um camarote na Fórmula 1.

    Outros R$ 420 mil foram pagos por meio da empresa APPM Análises e Pesquisas, afirmou Joesley.

    Em 2010 o tucano ficou em segundo lugar na disputa presidencial e perdeu para a ex-presidente Dilma Rousseff.

    No pedido feito ao ministro Edson Fachin, que homologou a delação dos executivos da JBS, Janot pede para que o caso seja redistribuído ao outro magistrado, uma vez que as acusações feitas pelos delatores da JBS não tem relação com esquema de corrupção da Petrobras.

    Janot também pediu para que o STF autorize a tomada de depoimentos dos responsáveis das empresas de eventos e de pesquisas e do próprio José Serra.

    Ele pede ainda que as empresas LRC Eventos e Promoções e APPM Análises e Pesquisas prestem os esclarecimentos necessários referentes aos serviços supostamente por ela prestados e que deram origem as notas fiscais. A reportagem não conseguiu contato com as empresas.

    Por meio de sua assessoria de imprensa, o senador afirmou que "todas as suas campanhas eleitorais foram conduzidas dentro da lei, com as finanças sob responsabilidade do partido. E sem nunca oferecer nenhuma contrapartida por doações eleitorais, como aliás confirma o senhor Joesley Batista".

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