• Poder

    Friday, 03-May-2024 01:40:49 -03

    Lava Jato

    Em discurso duro, Temer critica quem tenta 'desarmonizar os poderes'

    GUSTAVO URIBE
    LAÍS ALEGRETTI
    DE BRASÍLIA

    06/07/2017 11h40

    Eduardo Anizelli - 27.jun.2017/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 27-06-2017, 15h30: O Presidente Michel Temer, faz discurso acompanhado de Deputados Federais, no Palacio do Planalto, em Brasilia. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress, PODER)
    O presidente Michel Temer discursa no Palácio do Planalto

    Alvo de denúncia por corrupção passiva, o presidente Michel Temer criticou nesta quinta-feira (6) autoridades que acreditam ser iluminadas por uma "centelha divina" e que tentam abalar o princípio constitucional da harmonia entre os poderes.

    Em discurso duro, o peemedebista afirmou que tentar abalar o equilíbrio entre as instituições federais é um "crime" cometido por pessoas que pensam apenas em seus interesses pessoais ou funcionais, promovendo disputas públicas.

    A crítica do presidente é feita no momento em que ele tem elevado o tom contra o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que apresentou a acusação contra o peemedebista baseada na delação premiada da JBS.
    '
    "As pessoas, muitas vezes, pensam no seu interesse pessoal ou no seu interesse funcional e entram até em uma disputa. Sem embargo da Constituição Federal determinar a harmonia entre os poderes, o que têm feito é a tentativa de desarmonizar os poderes. E, isso, meus amigos, é um crime ao estado democrático de direito e só passa pela cabeça daqueles que acham que são autoridades iluminadas por uma centelha divina", disse.

    Em mais uma provocação indireta, sem citar o chefe do Ministério Público Federal, o peemedebista defendeu a necessidade de recuperar conceitos democráticos, como a ampla defesa, o respeito ao contraditório e a "seriedade das falas e manifestações".

    Na semana passada, o presidente acusou o procurador-geral de "revanche, destruição e vingança" e disse que ele se vale de "ilações" para acusá-lo sem provas, insinuando que ele recebeu dinheiro de um ex-assessor do Ministério Público.

    Nesta quinta-feira (6), o peemedebista afirmou ainda que as autoridades são transitórias e, por isso, devem respeitar a Constituição Federal e a soberania popular. "São autoridades constituídas e não o são por uma centelha divina", ressaltou.

    PEDRAS

    O discurso foi feito em evento de lançamento do novo Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). Segundo o ministro Mendonça Filho (Educação), as mudanças feitas irão aprimorar a iniciativa, passando a oferecer juros zero aos estudantes mais pobres.

    "Os juros zero serão assegurados para renda familiar per capita de até três salários mínimos e vamos respeitar a capacidade de pagamento", disse.

    Ele ressaltou ainda que serão reduzidos de 6,5% para 3% ao ano os juros para estudantes de renda familiar per capita de até cinco salários mínimos, em vagas para o Nordeste, Norte e Centro-Oeste.

    Em vídeo, publicado nas redes sociais na tarde desta quinta-feira (6), o presidente disse que seu governo não está ocupado "somente com as pedras no caminho" e ressaltou que "o Brasil não pode e não vai parar".

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024