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    'Me sinto mais tranquila sobre Estado Novo', diz neta de Getúlio

    NAIEF HADDAD
    ENVIADO ESPECIAL AO RIO

    07/07/2017 02h00

    Ricardo Borges/Folhapress
    Rio de Janeiro, Rj, BRASIL. 04/06/2017; Retrato da socióloga Cecilia Vargas, 73, que lança uma nova edição de "Getúlio Vargas, meu Pai". Escrito pela mãe dela, Alzira, o livro foi lançado originalmente nos anos 60. ( Foto: Ricardo Borges/Folhapress)
    A socióloga Celina Vargas, 73, que lança nova edição de "Getúlio Vargas, meu Pai"

    "Todos têm medo de falar do Estado Novo. Até eu tinha. Mas há na nova edição do livro um trecho da Alzira, até então inédito, que me trouxe um forte alívio", diz a neta de Getúlio, Celina Vargas do Amaral Peixoto.

    O político gaúcho implantou o Estado Novo após um golpe em 10 de novembro de 1937. O regime ditatorial, que perdurou até 1945, ficou marcado por medidas nacionalistas, ações contra os comunistas e censura aos veículos de imprensa.

    O trecho a que Celina se refere aparece no capítulo "Nem Todos os Golpes se Parecem".

    Alzira escreveu: "O golpe (...) seria dado com Getúlio Vargas, sem Getúlio Vargas ou contra Getúlio Vargas. Acontece que foi dado com Getúlio Vargas. Foi melhor assim ou foi pior? Só o futuro dirá".

    Continua a autora: "Quanto a mim, o que sei é que para o Brasil foi o menos pior. Como sempre, o responsável por tudo o que acontece, tanto de bom quanto de ruim, é o chefe do governo, embora nem sempre seja o culpado".

    Do ponto de vista histórico e político, segundo Celina, essa é uma das passagens mais importantes da obra, considerando os trechos inéditos.

    "Agora me sinto mais tranquila ao falar sobre o Estado Novo", ela afirma. "Aliás, grande parte das inovações que Getúlio promoveu foram iniciadas no começo dos anos 30, mas concluídas ao longo do Estado Novo, como a fundação da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional)".

    COMPULSÃO

    Getúlio Vargas, Meu Pai
    Alzira Vargas Do Amaral Peixoto
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    Celina se lembra que Alzira escrevia "compulsivamente" e expressava a vontade de preparar um segundo volume, depois do lançamento de "Getúlio Vargas, meu Pai", em 1960.

    "Quando ela faleceu [em 1992], os papéis estavam desordenados pela casa. Organizá-los foi difícil", recorda-se.

    Celina tinha dúvidas sobre a relevância dos textos inéditos deixados pela mãe. Foi estimulada a publicá-los por Lira Neto, biógrafo de Getúlio, que estava convencido do valor dos escritos.

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