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    Senador tucano defende abandonar cargos no governo

    ANGELA BOLDRINI
    DANIEL CARVALHO
    DE BRASÍLIA

    07/07/2017 17h08

    Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
    Brasília - Cássio Cunha Lima toma posse no cargo de senador após aprovação de relatório pela Mesa Diretora da Casa. Ele substitui Wilson Santiago
    O senador Cássio Cunha Lima, do PSDB da Paraíba

    O senador tucano Cássio Cunha Lima (PB) afirmou nesta sexta-feira (7) que o PSDB deve escolher apoiar a bancada de deputados federais, cuja maioria é pelo desembarque do governo, em vez de manter os cargos no Executivo.

    "Se é para fazer uma escolha entre abandonar a nossa bancada na Câmara federal e abandonar os cargos confortáveis do governo, eu prefiro abandonar os cargos", afirmou.

    O parlamentar também disse que um relatório favorável à aceitação da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) pode levar a "efeito dominó" e ao colapso do governo.

    Apesar de o partido estar dividido, líderes da sigla afirmam que hoje a bancada federal deve votar em maioria na CCJ e no plenário da Câmara a favor da aceitação da denúncia contra o presidente.

    Segundo parlamentares ouvidos, o placar de votação na comissão deve ser 6 a 1 contra o governo, apesar da investida do Planalto sobre parlamentares da sigla que ainda não declararam voto. "A tendência é que essa maioria se mantenha no plenário", disse Cássio.

    O senador afirmou, porém, que o partido espera duas coisas. Em primeiro lugar, a apresentação do relatório de Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), que é considerado independente apesar de ser do partido do presidente.

    "Podemos estar diante do inicio do fim com a posição do deputado relator, porque o presidente não tem nenhum apoio popular, não tem apoio dos setores organizados da sociedade, se sustenta basicamente com apoio parlamentar', afirmou. "Se no seu próprio partido o apoio estremece, podemos ter um colapso no governo."

    Em segundo, a votação da reforma trabalhista, que tramita no Senado, com previsão de decisão na próxima semana. "Acredito que a responsabilidade que nos impõe nesse momento é chegar até a votação da reforma trabalhista", disse.

    Cunha Lima afirmou também que a situação do governo pode se complicar ainda mais com a perspectiva de revelações da delação do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB).

    A posição de Cássio é sustentada pelo líder do partido na Câmara. Um dos defensores do desembarque do governo, Ricardo Tripoli (PSDB-SP) disse nesta sexta que a situação é "difícil, quase insuportável".

    "A bancada, hoje a maioria, está na linha do que pensa o presidente Tasso", afirmou o líder.

    Tripoli e Cunha Lima fazem coro ao presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), que disse nesta quinta-feira (6) que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), "tem condições" de conduzir a transição do país até as eleições de 2018.

    O senador chegou a afirmar a investidores nesta quinta (6) que Maia deve representar "estabilidade". Nesta sexta, porém, ele afirmou que sua fala de que em 15 dias o país terá "um novo presidente" foi apenas "força de expressão", e que não se pode falar em prazos.

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