• Poder

    Tuesday, 30-Apr-2024 05:27:31 -03

    Quem representava os interesses do mercado era Palocci, diz Mantega

    DE SÃO PAULO

    08/07/2017 02h00

    Marcus Leoni/Folhapress
    SÃO PAULO, SP, 09.05.2017: GUIDO-MANTEGA - O ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega. (Foto: Marcus Leoni/Folhapress)
    O ex-ministro Guido Mantega, implicado por Palocci

    A defesa de Guido Mantega afirma que "causa estranheza" a informação de que Antonio Palocci pretende envolvê-lo em um suposto esquema com os bancos em sua delação premiada.

    "Qualquer caixa de agência bancária do país sabe que quem representava os interesses do mercado financeiro era o próprio Palocci" diz o advogado Fábio Tofic Simantob. "Guido Mantega, pelo contrário, assumiu sempre posições que desagradavam os bancos, a ponto de ser demonizado. Não houve pessoa mais execrada pelo mercado do que Mantega. A informação, por isso, não faz nenhum sentido", segue ele.

    O advogado faz referência a divergências entre o ex-ministro e os bancos no período em que ele comandou a economia do país, de março de 2006 a janeiro de 2015.

    Em 2008, por exemplo, Mantega baixou uma medida provisória elevando de 9% para 15% a alíquota da Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL) devida por instituições financeiras.

    Num ensaio para o livro "As Contradições do Lulismo", o cientista político e colunista da Folha André Singer lista uma série de embates entre Mantega e os bancos. Segundo ele, "enquanto Lula foi conciliador", o governo Dilma decidiu "entrar em combate com frações de classe poderosas", tensionando "o pacto estabelecido com o setor financeiro"

    As Contradições Do Lulismo
    André Singer, Isabel Loureiro
    l
    Comprar

    Ele relata, por exemplo, que na era Dilma/Guido Mantega o governo pressionou os bancos privados a baixarem os spreads, diferença entre as taxas que eles pagam quando captam dinheiro e as que cobram quando emprestam.

    Mantega dizia que os spreads eram "absurdos"

    Em outra medida que desagradou o setor, o Banco do Brasil fez uma redução agressiva nos juros em 2012 e elevou os limites de várias linhas de crédito para empresas e consumidores com o objetivo, segundo relatou a Folha na época, "de acirrar a concorrência com Itaú, Bradesco e Santander e estimular a economia".

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024