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    Lava Jato

    Críticas feitas por relator a tese da defesa irritam governo

    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    10/07/2017 19h02

    Pedro Ladeira/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 04-07-2017, 18h00: O presidente da CCJ da Câmara dep. Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) anuncia, em coletiva de imprensa, o nome do relator da denúncia contra o presidente Michel Temer, que precisa ser aprovada na câmara para ser julgada pelo STF. O deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ) será o relator. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    O relator da denúncia contra Temer na CCJ, Sérgio Zveiter

    O tom adotado pelo relator Sergio Zveiter (PMDB-RJ) em parecer pelo prosseguimento de denúncia por corrupção passiva irritou e surpreendeu a equipe do presidente Michel Temer.

    O Palácio do Planalto já esperava que o relator fosse desfavorável ao presidente, mas acreditava que ele adotaria uma linha mais técnica e jurídica, sem rebater diretamente argumentos utilizados pela defesa do peemedebista.

    Na leitura do documento, Zveiter disse que a denúncia não é "inepta" e não é "fantasiosa", dois termos utilizados pelo próprio presidente para criticá-la.

    "O relator foi mais político do que técnico e isso acabará por favorecer o presidente. Ele mesmo disse que tem a função política", disse à Folha o ministro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo).

    Para evitar que o tom do relatório tenha impactos no voto de indecisos, a gestão peemedebista já começou a traçar estratégia de reação a ele.

    A ideia é acusar o relator de ter atuado com propósitos políticos, sem levar em conta aspectos técnicos da denúncia, tentando se projetar politicamente.

    Núcleo de Imagem/Folhapress
    A HORA DO TROCA-TROCA > Base de Temer promove remanejamento de 20 deputados na Comissão de Constituição e Justiça para tentar barrar denúncia

    A reação deve ser capitaneada pela tropa de choque da base aliada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), evitando o envolvimento direto do presidente.

    A avaliação é de que um embate direto do Palácio do Planalto com o relator poderia prejudicar a conquista de votos para a fase seguinte da denúncia: a análise em plenário.

    Com as quatro trocas feitas nesta segunda-feira (10) na CCJ, a gestão peemedebista acredita ter 40 votos para barrar o relatório de Zveiter.

    Em uma resposta ao relatório, a base aliada já prepara votos em separado, no sentido contrário, para apresentar à CCJ.

    Entenda o rito da denúncia:

    Assista ao vídeo

    O EMBATE NA CCJ > Os principais pontos do relatório que pediu a admissibilidade da denúncia e da defesa de Temer

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