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O deputado federal Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), presidente da Comissão de Constituição e Justiça |
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Poder
Tuesday, 07-May-2024 14:08:51 -03Presidente da comissão que analisa denúncia diz não se vingar do governo
DANIEL CARVALHO
ANGELA BOLDRINI
DE BRASÍLIA12/07/2017 02h00
O presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), diz que não vai escolher um deputado alinhado ao Planalto como relator de novas denúncias que podem ser apresentadas pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer.
Pacheco afirmou que, inclusive, pode escolher o próprio Sergio Zveiter (PMDB-RJ), relator que apresentou parecer a favor do seguimento da denúncia da PGR por corrupção passiva.
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Folha - O governo entende que o sr. jogou contra ao escolher Zveiter como relator. Como vê essa crítica?
Rodrigo Pacheco - Com naturalidade. É um equívoco do governo se assim pensar, porque há deputados flagrantemente favoráveis ao governo, mas há deputados flagrantemente contra. Escolhi alguém isento, cujo conteúdo do parecer eu sequer conhecia.O sr. teme reação do Planalto?
Não temo reação alguma porque tenho consciência de que faço a coisa certa na condução da comissão.Existe a expectativa de que a PGR apresente outras denúncias. O sr. deve indicar o mesmo relator?
Essa decisão deve impor primeiro que essa realidade ocorra. Caso seja oferecida uma segunda denúncia, nós vamos avaliar o conteúdo e decidir um nome com o perfil parecido com o deputado Sergio Zveiter ou o próprio deputado Sergio Zveiter.O sr. não descarta o nome dele para relatar outras denúncias?
Não descarto o nome do deputado Sergio Zveiter para ser relator de novas denúncias.O sr. falou em se abster de votar por ser o presidente da CCJ, mas deixou em aberto esta possibilidade. O que o levaria a votar?
Cogito me abster apenas para garantir a absoluta isenção na condução da CCJ.No plenário também?
Não. No plenário, minha atuação não é mais como presidente da CCJ, é como um dos 513 deputados. Mas é uma questão que ainda vou refletir. Mas, neste caso, já acho que a tendência não é me abster no plenário.Mesmo com a possibilidade de chegar outra denúncia?
Não gosto de me abster. Mas, para que não haja dúvida na condução de uma eventual segunda denúncia, talvez seja recomendável que haja abstenção.O sr. chegou a ser cogitado para assumir o Ministério da Justiça. Ficou alguma mágoa com o governo em relação a este episódio?
Não há qualquer mágoa. Este episódio não é revelador de nada, não me move em nenhuma monta. Até porque votei e continuei votando com o governo depois da escolha do ministro da Justiça.Não se pode interpretar isso como uma vingança?
Não se pode interpretar isso como uma vingança, porque não é uma vingança. O que não significa que eu aplauda o governo em todas as posturas dele.Com essas movimentações todas que estão acontecendo na CCJ, o resultado já está dado?
Não sei dizer qual vai ser o resultado na Comissão de Constituição e Justiça. Essas movimentações constituem um excesso de zelo do governo e ajudam o governo no resultado da CCJ. Estas substituições não contam com minha anuência, com meu apoio. Contam, de certo modo, com minha reprovação sob o ponto de vista ético. Mas eu nada posso fazer.Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br
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