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    Lava Jato

    Governo tira ex-ministro e mais dois deputados da CCJ para ajudar Temer

    DANIEL CARVALHO
    BRUNO BOGHOSSIAN
    DE BRASÍLIA

    12/07/2017 11h00 - Atualizado às 12h07

    Pedro Ladeira/Folhapress
    Deputados discutem na CCJ na segunda-feira (10/7); em destaque Major Olímpio, do Solidariedade
    Deputados, como Major Olímpio (em destaque), discutem na CCJ na segunda-feira (10)

    O governo fez três novas substituições na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) às vésperas da votação da denúncia que pode afastar Michel Temer do poder.

    O PMDB retirou da comissão inclusive o deputado Osmar Serraglio (PR), que foi ministro da Justiça do presidente por pouco mais de dois meses.

    Na manhã desta quarta (12), o PMDB decidiu trocar Serraglio pelo deputado Darcisio Perondi (RS), um dos principais integrantes da tropa de choque de Temer na Câmara. Segundo líderes, ele será o "coordenador" da bancada do partido durante a votação na CCJ.

    Os peemedebistas também substituíram a deputada Soraya Santos (RJ) pelo deputado Hildo Rocha (MA). Tanto Serraglio quanto Soraya passaram a ocupar vagas de suplentes na comissão.

    "Não é manobra. Estamos marcando uma posição partidária", disse o presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR).

    O líder do PMDB, Baleia Rossi (SP), também nega que as substituições sejam uma manobra para influenciar o resultado da votação. Ele diz ainda que Soraya declarou que votaria a favor de Temer, mas pediu para ser substituída porque não poderia participar das próximas reuniões da comissão.

    A Folha apurou que Soraya está com problemas de saúde na família e, por isso, pediu para ser substituída. Já Serraglio foi trocado porque o partido entendeu que, para os debates, precisava de alguém da "tropa de choque" e o perfil mais agressivo de Perondi seria melhor.

    O PP, que também integra a base aliada de Temer, decidiu substituir o deputado Esperidião Amin (SC), que ameaçava votar pela aceitação da denúncia contra o presidente. Sua vaga será ocupada por Toninho Pinheiro (MG).

    Na noite de terça-feira (11), o PP fechou uma orientação para que toda a sua bancada seja obrigada a votar contra o prosseguimento da denúncia contra Temer. Essa medida, conhecida como "fechamento de questão", é uma maneira de pressionar os parlamentares e abrir caminho para substituição na CCJ.

    A base governista tem feito uma série de manobras na composição da CCJ para assegurar a vitória de Temer e barrar com um placar robusto a denúncia apresentada contra o presidente. Ao todo, já foram feitas mais de 20 substituições pelos partidos aliados do peemedebista.

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