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    Lava Jato

    Partidos fecham votos para salvar Temer, mas placar ainda é incerto

    BRUNO BOGHOSSIAN
    DANIEL CARVALHO
    LUIZA FRANCO
    ANGELA BOLDRINI
    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    12/07/2017 17h22

    Walterson Rosa/FramePhoto/Folhapress
    O presidente Michel Temer no lançamento do programa nacional de regularização fundiária, no Palácio do Planalto, em Brasília
    O presidente Michel Temer durante evento no Palácio do Planalto, em Brasília

    Quatro partidos da base governista fecharam apoio à derrubada da denúncia contra Michel Temer e determinaram que os 185 deputados de suas bancadas votem a favor do presidente na Câmara –número que seria suficiente para barrar a abertura de um processo criminal.

    PMDB, PP, PR e PSD aprovaram o fechamento de questão a favor de Temer, o que, em tese, obriga seus parlamentares a votarem de acordo com a orientação da cúpula partidária. O presidente precisa do apoio de 172 deputados no plenário para que a denúncia seja rejeitada, e as bancadas dessas siglas superam esse número.

    O governo articulou essas decisões para tentar estimular a presença dos parlamentares da base aliada no plenário na sexta-feira (14), quando o Palácio do Planalto gostaria de votar a denúncia em plenário. O quórum nessa data é considerado incerto, uma vez que as sextas-feiras são tradicionalmente esvaziadas na Câmara.

    O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já indicou a aliados que só deve abrir a votação se houver pelo menos 342 deputados no plenário. A oposição não pretende marcar presença até que esse quórum seja atingido, a fim de provocar o adiamento do processo e prolongar o desgaste de Temer.

    Apesar do movimento em bloco a favor do presidente, as lideranças desses partidos devem enfrentar traições, devido a divisões internas e ao posicionamento de alguns parlamentares pela aprovação da denúncia.

    O caso mais emblemático é o do deputado Sérgio Zveiter (RJ), que é do PMDB de Temer, mas apresentou um parecer em que recomenda que a Câmara aprove o prosseguimento da denúncia contra o presidente. O futuro dele no partido é incerto.

    "O PMDB terá clareza nas suas posições e vai cobrar clareza e firmeza também dos seus parlamentares. Aqueles que se sentirem incomodados estão à vontade para mudar de partido", disse o presidente do PMDB, Romero Jucá (RR), em entrevista após a reunião em que foi definido o fechamento de questão.

    No PSD, deputados estimam que apenas dois terços dos parlamentares devem apoiar Temer. Há risco de que o restante vote contra o presidente.

    O chamado fechamento de questão também deve ter efeitos pouco objetivos para a maior parte dos parlamentares dessas siglas. Apenas o PMDB estabeleceu o afastamento dos deputados que descumprirem a orientação do partido. As outras três legendas afirmam que qualquer punição só será definida depois da votação.

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