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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) |
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Poder
Thursday, 26-Dec-2024 02:34:43 -03Maia atrai congressistas para inflar o DEM
BERNARDO MELLO FRANCO
COLUNISTA DA FOLHA
DANIEL CARVALHO
DE BRASÍLIA15/07/2017 02h00
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), articula a migração de deputados para turbinar seu partido, que esteve em vias de extinção na era petista.
Ele negocia a filiação de dissidentes do PSB que se recusam a deixar a base do governo Temer. A meta é chegar a 50 deputados e tomar o lugar do PSDB como a terceira maior bancada da Câmara.
Nesta sexta (14), Maia recebeu um grupo de pessebistas em sua residência oficial. Ele espera atrair pelo menos dez deputados dispostos a trocar a sigla de centro-esquerda pelo antigo PFL.
O grupo é encabeçado pela líder do PSB na Câmara, Tereza Cristina (MS). Ela está em conflito com a cúpula do partido, que rompeu com o Planalto e passou a defender a saída de Michel Temer.
O deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), ex-pefelista, também está de malas prontas para voltar à sigla. "Os neossocialistas estão chegando", brinca o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM).
Maia reconhece que o DEM esteve próximo de desaparecer, mas diz que o partido está sendo recompensado pelos 13 anos de oposição ao PT.
"Diziam que o DEM se aliaria a qualquer governo, mas nós mantivemos a coerência. Agora estamos colhendo os resultados disso", afirma.
QUEDA LIVRE - Bancada do DEM (ex-PFL) encolhe desde 1998
O DEM entrou em queda livre na era petista. Depois de eleger 105 deputados em 1998, a sigla passou a encolher a cada quatro anos. Chegou ao fundo do poço em 2014, quando conquistou apenas 21 cadeiras na Câmara.
Hoje tem 29, graças a mudanças negociadas na última "janela da infidelidade".O declínio eleitoral se acentuou em 2010 após o escândalo do mensalão do DEM, que levou à prisão do então governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda.
No ano seguinte, o atual ministro Gilberto Kassab aumentou a sangria ao criar o PSD junto com outro pefelista histórico, o ex-senador Jorge Bornhausen.
Os remanescentes do antigo PFL não esquecem a provocação do ex-presidente Lula na campanha de 2010, quando o petista disse que era preciso "extirpar o DEM da política brasileira".
"Fomos um exército de loucos que resistiram até o fim", diz o ministro da Educação, Mendonça Filho.
O deputado Avelino reconhece que o DEM teve dificuldade de trocar o poder pela oposição e quase sucumbiu após quatro vitórias do PT em eleições presidenciais.
"Ficou só a turma da resistência. O auge do petismo foi o pior momento do nosso partido. Agora Lula está condenado pela Justiça e o DEM voltou a crescer", comemora.
Além de atrair os dissidentes governistas do PSB, a cúpula do DEM negocia a filiação de deputados de siglas menores, como PPS e PHS.
Maia não quer avançar na bancada do PMDB para não criar novo atrito com Temer. No entanto, seus aliados dizem que a possibilidade de o deputado assumir a Presidência aumentou o dote do DEM.
A ideia do presidente da Câmara é antecipar para dezembro a próxima janela de trocas partidárias, que está prevista para março de 2018. Assim, o partido poderia ganhar peso ainda neste ano.
MAQUIAGEM
Há uma década, o PFL virou DEM numa tentativa de modernizar a imagem. O presidente da sigla, José Agripino Maia (RN), diz que o truque não se repetirá. "Mudar nome é maquiagem. Já fizemos isso e não surtiu efeito algum", afirma o senador.
Ainda assim, é possível que o programa partidário sofra alterações. Isso facilitaria a migração de congressistas do PSB para uma sigla de direita, com ideário conservador e origens na Arena, que sustentava a ditadura militar.
Se a versão turbinada do DEM chegar a 50 deputados, passará a ser a terceira maior bancada da Câmara, atrás de PMDB (62) e PT (58) e à frente do PSDB (46).O deputado Danilo Forte (PSB-CE) diz que a ideia é juntar políticos que apoiam as reformas liberais do governo e "não estejam muito queimados na imagem ética".
Nesta quinta (13), ele contrariou a direção de seu partido e votou a favor do arquivamento da denúncia que acusa Temer de corrupção.
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