• Poder

    Wednesday, 01-May-2024 00:01:16 -03

    Padilha fracassa em sair de alçada de Fachin em inquérito no STF

    *CAMILA MATTOSO *
    LETÍCIA CASADO
    DE BRASÍLIA

    16/07/2017 02h00

    Eduardo Anizelli/Folhapress
    Eliseu Padilha (à esq.) e Michel Temer participaram de jantar com ex-executivo da Odebrecht no Jaburu
    Eliseu Padilha (à esq.) e Michel Temer participaram de jantar com ex-executivo da Odebrecht no Jaburu

    O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, tentou se livrar do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), mas fracassou.

    Em uma das investigações das quais é alvo, ele pediu que o inquérito fosse redistribuído para outro juiz, alegando que os fatos narrados não guardavam relação com desvios da Petrobras.

    O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, se manifestou contra, e Fachin indeferiu a solicitação.

    A investigação foi aberta em abril para apurar se Padilha e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) pediram propina à Odebrecht em nome do PMDB e de Michel Temer a pretexto de campanhas eleitorais.

    Entre os fatos narrados pelos delatores está o jantar no Palácio do Jaburu, em 2014, em que foi acertada uma doação de R$ 10 milhões.

    O encontro teve Temer, vice-presidente que buscava reeleição, Padilha e Cláudio Melo Filho, ex-diretor da empreiteira. Padilha e Moreira são dois dos mais próximos auxiliares do presidente.

    A Odebrecht delatou ainda que parte dos pagamentos feitos ao grupo teve o objetivo de obter benefícios na Secretaria de Aviação Civil –a empreiteira tinha interesse em negócios em aeroportos.

    Antes de virar ministro desta gestão, Moreira chefiou a Secretaria da Aviação Civil entre 2013 e 2015, quando foi substituído por Padilha.

    Além de Padilha, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso no Paraná, pediu a redistribuição do inquérito –ele também é um dos alvos.

    Os argumentos foram os mesmos apresentados pelos advogados de Padilha: que as suspeitas não têm relação com a operação do esquema na Petrobras.

    De acordo com Janot, porém, a conexão existe pela relação com outro inquérito que tramita no Supremo sob a relatoria de Fachin e investiga a atuação de uma suposta quadrilha do PMDB da Câmara dos Deputados.

    Os relatos dos colaboradores indicam que Cunha e seu operador Lúcio Funaro participaram do esquema.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024