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    Após crise com PSB, Temer adia viagem a Pernambuco

    GUSTAVO URIBE
    DANIEL CARVALHO
    DE BRASÍLIA

    18/07/2017 15h37 - Atualizado às 15h57

    Pedro Ladeira/Folhapress
    BRASÍLIA, DF, 21.05.2017: MICHEL-TEMER - O presidente Michel Temer concede entrevista exclusiva à Folha na biblioteca do Palácio da Alvorada em Brasília. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)
    O presidente Michel Temer concede entrevista na biblioteca do Palácio da Alvorada, em Brasília

    O presidente Michel Temer adiou viagem que faria nesta quarta-feira (19) a Caruaru (PE) para a entrega de benefícios do programa Cartão Reforma.

    A decisão de não ir a Pernambuco, principal reduto eleitoral do PSB, ocorreu no mesmo dia em que foi revelado encontro do peemedebista com a líder do partido, Tereza Cristina (MS), para que dissidentes da legenda ingressem no PMDB.

    O gesto irritou o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. Em entrevista à Folha, ele disse que Temer está mais preocupado em "salvar a própria pele" do que com os problemas do país. E que ele "não agiu como presidente da República, mas como chefe de partido".

    Segundo o Palácio do Planalto, o peemedebista adiou a viagem para o dia 25 por uma questão de logística.

    Como a ideia inicial era de que só o ministro Bruno Araújo (Cidades) participasse, não houve tempo para uma preparação do local tanto na questão de deslocamento como de segurança, já que o presidente decidiu ir na segunda-feira (17).

    Nos bastidores, no entanto, assessores e auxiliares presidenciais reconhecem que a visita do presidente causou "mal-estar" e que teria dificultado a viagem.

    Nas palavras de um aliado, se a relação de Temer com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), não estava boa, "agora piorou ainda mais".

    Segundo a Folha apurou, o Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco, jamais foi informado oficialmente da ida do presidente ao Estado.

    Aliados do governador Paulo Câmara (PE), vice-presidente nacional do PSB, relatam que, antes mesmo de Temer abordar integrantes da legenda para levá-los para o PMDB, já havia algum desconforto com o presidente.

    PROMESSAS

    Auxiliares de Câmara dizem que promessas do presidente da República ainda não foram cumpridas no Estado.

    Sob reserva, citam como exemplo a promessa feita por Temer em maio, quando ele foi a Pernambuco por causa das inundações provocadas pela chuva. À época, Temer apoio federal ao Estado, sinalizando abertura de linha de crédito de R$ 600 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O dinheiro, segundo integrantes do governo pernambucano, não foi liberado.

    Outra promessa ainda não realizada, de acordo com aliados de Câmara, é a devolução da autonomia do porto de Suape, o que também estava previsto para ter acontecido em maio.

    Segundo relatos, o objetivo do presidente, ao ir para Pernambuco, era fazer um afago ao ministro das Cidades, Bruno Araújo, do PSDB.

    O partido discute deixar a base aliada por conta da denúncia contra o peemedebista por corrupção passiva.

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