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    Estudante reafirma que senador Telmário Mota a agrediu

    RUBENS VALENTE
    DE BRASÍLIA

    19/07/2017 02h00

    Eduardo Anizelli - 11.mai.2016/Folhapress
    Telmário Mota (PDT-RR) discursa no plenário, DF; senador foi o 1º a declarar voto contrário à admissão do processo de impeachment
    O senador Telmário Mota em discurso no plenário

    A estudante Maria Aparecida Nery de Melo, 20, afirmou, em depoimento prestado à Polícia Federal por ordem do STF (Supremo Tribunal Federal), que foi agredida pelo senador Telmário Mota (PTB-RR) no dia 26 de dezembro de 2015.

    A Folha revelou em julho de 2016 que Maria Aparecida havia registrado um boletim de ocorrência na delegacia de proteção à mulher em Boa Vista (RR). Dias depois, tentou retirá-lo, sem sucesso.

    No dia em que a reportagem foi publicada, ela gravou vídeo no qual disse que não fora agredida pelo senador.

    O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, escreveu, em petição ao STF, que "Maria confirmou [agora] a primeira versão".

    "O senador agrediu a declarante com socos; a declarante 'apagou'; quando acordou estava sozinha no quarto, com dores, dor de cabeça", afirmou, segundo o termo de declarações por ela assinado e anexado ao inquérito que tramita no STF.

    No depoimento, ela disse que recebia, pelo menos até dezembro de 2016, mesada de R$ 2.000 do senador.

    Um exame de corpo de delito apontou "lesões na cabeça, boca, orelha esquerda, região dorsal, braço direito e joelho esquerdo".

    Estudante do terceiro semestre de odontologia, Maria afirmou que conheceu Telmário quando tinha 16 anos e "mantém relacionamento com o senador". Disse que "sabia que Telmário era casado, mas este dizia que o casamento era de aparência, que estava pedindo o divórcio". Nesse contexto, Maria "acreditava que Telmário era seu namorado".

    Em dezembro de 2015, prosseguiu Maria, houve uma confraternização em sua casa. Telmário chamou Maria, "com ciúmes" pelo modo como ela se despediu de um tio. As agressões com socos, segundo Maria, ocorreram no seu quarto. Uma das irmãs disse que ouviu barulhos e gritos e bateu à porta, que teria sido aberta pelo senador.

    Em nota, o advogado de Telmário afirmou que "não são verdadeiros os fatos narrados pela sra. Maria Aparecida no final do ano de 2015, como ela própria e seus familiares já desmentiram".

    "Cumpre alertar que estão se utilizando desse embuste para lançar cortina de fumaça sobre os casos de corrupção que assolam as biografias de seus adversários políticos. Portanto, o senador está tranquilo de sua inocência e acredita sempre na Justiça".

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