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    Lava Jato

    Lava Jato de SP quer ouvir executivos da Odebrecht de novo

    GABRIELA SÁ PESSOA
    DE SÃO PAULO

    22/07/2017 02h00

    Eduardo Anizelli - 17.jan.2017/Folhapress
    SÃO PAULO, SP, BRASIL, 17.01.2017, 12h00 - Entrevista com a procuradora da República Thaméa Danelon, integrante do Núcleo de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal em São Paulo, no escritório do MPF, em São Paulo (SP). (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress)
    A procuradora Thaméa Danelon, integrante da nova força-tarefa da Lava Jato em SP

    Anunciada na quinta (20), a força-tarefa da Operação Lava Jato no Ministério Público Federal de São Paulo pretende ouvir novamente executivos da Odebrecht que depuseram, em acordo de delação premiada, à Procuradoria-Geral da República.

    O grupo de trabalho, formado por quatro procuradores, está começando a trabalhar nos pedidos de investigação encaminhados ao Estado em abril pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF.

    "Eles têm que ser ouvidos, começar a entregar a documentação. Todos esses depoimentos precisam ser corroborados", afirma Thaméa Danelon, coordenadora do Núcleo de Combate à Corrupção na Procuradoria e integrante do time paulista da Lava Jato.

    Não serão, porém, todos os 78 executivos da empreiteira que serão convocados –apenas os que delataram acontecimentos relacionados aos 12 inquéritos e dois pedidos de investigação já nas mãos dos procuradores paulistas.

    No total, o STF encaminhou 29 petições ao MPF regional.

    A lista de tarefas inclui a apuração de suposta propina nas obras da linha 2 verde do Metrô e favorecimento à Odebrecht em acordo judicial na construção da rodovia Carvalho Pinto.

    No caso do Metrô, a Odebrecht diz que, em 2006, subornou, por um total de R$ 17,9 milhões, o ex-governador José Serra (PSDB) e diretores da companhia para reativar um contrato de 1991 ao retomar as obras. Serra nega a acusação e diz que sua carreira "sempre foi pautada pela lisura, ética e transparência".

    A maioria dos caos, no entanto, diz respeito a doações para o caixa 2 de campanhas eleitorais de deputados, do ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e de Alexandre Padilha, também petista, que disputou o governo em 2014.

    EXCLUSIVOS

    Diferentemente dos colegas de Lava Jato em Curitiba e no Rio, os paulistas não se dedicarão exclusivamente à operação. Segundo Danelon, o "cobertor é curto". "Não tem como, a gente tem muitos outros casos. Ainda está no começo, vamos ver no futuro", ela argumenta.

    A organização em grupo, para a procuradora, agiliza as investigações: "Se não tem força-tarefa, os procedimentos podem ser pulverizados". Além dos membros do Ministério Público Federal –Danelon, Thiago Lacerda Nobre, José Roberto Pimenta Oliveira e Anamara Osório Silva–, a equipe contará com dois delegados da Polícia Federal.

    Também evita o vazamento de apurações sigilosas, ao restringir o número de pessoas que acessam os inquéritos.

    "Para o Ministério Público, não interessa o vazamento. Quanto mais sigilosa a informação, melhor", avalia Danelon. "A defesa também tem acesso a eventuais interceptações telefônicas e colaborações. Tem que ver para quem interessou o vazamento."

    A procuradora diz entender o interesse da população e da imprensa nas apurações, mas a publicidade da apuração "por vezes, não é boa para o interesse público".

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