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    Presos do mensalão trabalharam em rádio e até em estúdio de dança

    CAROLINA LINHARES
    DE BELO HORIZONTE
    JOÃO PEDRO PITOMBO
    DE SALVADOR

    25/07/2017 02h00

    Sérgio Lima - 13.set.2005/Folhapress
    BRASÍLIA, DF, BRASIL, 13-09-2005: Escândalo do "Mensalão": a presidente do Banco Rural, Kátia Rabello, durante depoimento na sub-comissão da CPMI dos Correios, no Senado, em Brasília (DF). Ela afirmou que o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza era um "facilitador" de contatos entre a instituição e terceiros. (Foto de Sérgio Lima/Folhapress)
    A ex-presidente do Banco Rural, Kátia Rabello

    Mesmo antes de ter a pena extinta por indulto de Natal, em março de 2016, o ex-advogado Rogério Tolentino, 67, conseguiu um emprego em sua especialidade: trabalhou no setor jurídico da empresa de Romeu Queiroz, ex-deputado federal do PTB também condenado no escândalo do mensalão.

    Não foi o único que obteve oferta de trabalho de um colega. Henrique Pizzolato, 64, ex-diretor do Banco do Brasil que fugiu para a Itália e acabou sendo encontrado, irá trabalhar na rádio OK FM, do seu companheiro de cela, o ex-senador Luis Estevão.

    Pizzolato recebeu o direito ao regime semiaberto em maio. Ele continua, porém, passando os dias e as noites no presídio da Papuda, em Brasília, até que a Justiça avalie sua proposta de emprego.

    Sua defesa afirma que ele já cumpriu pena o suficiente para progredir ao regime aberto e que protocolou esse pedido no STF (Supremo Tribunal Federal). No presídio, Pizzolato trabalhou na cantina para conseguir diminuir a pena.

    Em Belo Horizonte, a ex-presidente do Banco Rural Kátia Rabello, 56, que foi bailarina na juventude, trabalhou num estúdio de dança. Simone Vasconcelos, 60, ex-funcionária de Valério, trabalhou no setor administrativo de uma clínica de fisioterapia e pilates.

    Vinícius Samarane, 49, ex-diretor do Banco Rural, foi gerente de um estacionamento em Nova Lima (MG), sua cidade de origem e onde esteve preso até receber o indulto de Natal no ano passado.

    DELAÇÃO

    O publicitário Marcos Valério, 56, que foi transferido para a Apac (Associação de Proteção e Assistência ao Condenado) de Sete Lagoas (MG) na semana passada, pintava quadros como atividade no regime fechado.

    A transferência ocorreu no âmbito de uma delação premiada acertada com a Polícia Federal.

    Acusado de operar o mensalão petista, o publicitário foi condenado a mais de 37 anos de prisão. Sem a delação, a expectativa era que obtivesse progressão de regime em 2019 e liberdade condicional em 2025.

    No acerto com a PF, segundo a Folha apurou, o publicitário detalha um esquema conhecido como mensalão tucano.

    A delação foi enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal) e depende de homologação. Não está claro quais episódios serão considerados e investigados pela PF.

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