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    Sucessão de Aécio aprofunda o racha interno no PSDB

    TALITA FERNANDES
    BRUNO BOGHOSSIAN
    DE BRASÍLIA

    27/07/2017 02h00

    Pedro Ladeira/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 04-07-2017, 16h00: O senador Aecio Neves (PSDB-MG) discursa no plenário do senado ao voltar à casa após seu afastamento do cargo por força de decisão do ministro do STF Edson Fachin Uma decisão do ministro do STF Marco Aurélio Mello devolveu o cargo à Aecio na semana passada, tendo sido hoje seu primeiro dia no senado após a decisão. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    O senador Aécio Neves (PSDB-MG)

    A definição do sucessor de Aécio Neves (MG) na presidência do PSDB ameaça aprofundar a divisão interna do partido sobre o apoio da sigla ao governo Michel Temer.

    Com a provável renúncia de Aécio ao posto, esperada para as próximas semanas, os tucanos devem escolher até o fim deste ano o nome que vai conduzir a sigla nas eleições presidenciais de 2018.

    Defensores do desembarque do PSDB do governo articulam a convocação imediata da eleição de um novo presidente para efetivar o senador Tasso Jereissati (CE), que ocupa o cargo interinamente desde maio.

    O cearense assumiu o comando do partido logo após o afastamento de Aécio, flagrado em uma conversa em que pede R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, da JBS.

    A ala tucana que prega a manutenção do apoio da legenda a Temer, entretanto, quer postergar essa substituição para tentar construir uma candidatura alternativa.

    O núcleo paulista dos tucanos, capitaneado pelo governador Geraldo Alckmin, busca outros nomes para presidir o partido e tenta neutralizar a ação de rompimento liderada por Tasso.

    Em conversas reservadas, tucanos apontam como possíveis candidatos ao posto o governador de Goiás, Marconi Perillo, e o ex-governador de Alagoas Teotônio Vilela Filho. Tasso tem indicado a aliados que não se candidatará ao comando do PSDB se houver uma disputa. Ele pretende apresentar seu nome apenas se houver consenso.

    A renovação dos cargos da executiva nacional da sigla estava prevista apenas para maio de 2018, às vésperas da definição do candidato tucano ao Palácio do Planalto.

    O debate foi precipitado para este ano devido ao afastamento de Aécio, que presidia o partido. Ao ter o mandato de senador suspenso pelo STF (Supremo Tribunal Federal), o mineiro decidiu deixar temporariamente o posto.

    Mesmo autorizado a voltar às atividades parlamentares, seus aliados avaliaram que ele não tinha mais condições de retomar o comando do partido. Investigado na Lava Jato em nove inquéritos, Aécio é também alvo de uma denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) por corrupção passiva no caso JBS.

    Desde que Tasso assumiu interinamente o partido, houve ao menos duas tentativas de convocação de eleições para definir o comando definitivo do partido. Ele chegou a dizer que o caso teria de ser resolvido ainda no primeiro semestre, mas uma queda de braço interna adiou o assunto para agosto.

    Aliados do presidente interino afirmam que uma reunião da executiva deve ocorrer já na próxima semana, com isso, as eleições –que são realizadas em convenção– ficariam para o fim de agosto ou para início de setembro.

    Senadores como Paulo Bauer (SC), líder do partido, falam em uma definição até outubro, um ano antes das eleições. "Eu entendo que o PSDB tem uma eleição presidencial em 2018. Temos que tomar decisões sobre o partido e o apoio ao governo até 7 de outubro deste ano. Temos tempo de organizar", disse o tucano, que tem se mantido próximo ao Planalto.

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