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    Lava Jato

    Bendine tem R$ 3,4 milhões em bens bloqueados

    ESTELITA HASS CARAZZAI
    DE CURITIBA

    31/07/2017 14h54

    Alan Marques - 14.out.2015/Folhapress
    BRASÍLIA, DF, BRASIL, 14.10.2015. O presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine, depõe na CPI da Petrobrás sobre o escândalo de corrupção na empresa.(FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
    O ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, depõe em CPI sobre a petroleira

    Preso na última fase da Operação Lava Jato, o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, Aldemir Bendine, teve R$ 3,4 milhões bloqueados em contas bancárias, a pedido do juiz Sergio Moro.

    Ele é suspeito de solicitar R$ 3 milhões em propina para executivos da Odebrecht, em fevereiro de 2015, a fim de proteger a empreiteira em contratos da Petrobras. A acusação foi feita por ex-diretores da empresa, em delação premiada.

    O bloqueio foi decretado na ordem de prisão da semana passada, quando foi deflagrada a 42ª fase da Lava Jato.

    "Não importa se tais valores, nas contas bancárias, foram misturados com valores de procedência lícita. O sequestro e confisco podem atingir tais ativos até o montante dos ganhos ilícitos", escreveu Moro.

    A ordem era bloquear até R$ 3 milhões nas contas dos três investigados -além de Bendine, os irmãos André Gustavo Vieira da Silva e Antonio Carlos Vieira da Silva Jr, suspeitos de serem operadores e também presos temporariamente. O valor excedente deve ser liberado por Moro.

    No caso dos dois irmãos, o Banco Central bloqueou R$ 637 mil de André Gustavo e R$ 18 mil de Antonio Carlos.

    Os três devem prestar depoimento à Polícia Federal nesta segunda (31). As prisões, todas provisórias, vencem na noite de hoje. A PF e o Ministério Público Federal ainda podem solicitar a prorrogação, por mais cinco dias, ou a sua conversão em prisão preventiva (sem prazo para acabar). A decisão final cabe ao juiz Sergio Moro.

    OUTRO LADO

    O advogado Pierpaolo Bottini, que defende Aldemir Bendine, disse que o ex-diretor, desde o início das investigações, forneceu dados fiscais e bancários e "se colocou à disposição, (...) demonstrando a licitude de suas atividades".

    Segundo o defensor, a prisão temporária é "desnecessária, por se tratar de alguém que manifestou sua disposição de depor e colaborar com a Justiça". "A liberdade do peticionário [Bendine] nunca colocou em risco a colheita da prova; ao contrário, sempre pretendeu prestar esclarecimentos sobre os fatos", afirmou o advogado, em petição à Justiça.

    No mesmo documento, o advogado ainda afirma que, quando esteve à frente da Petrobras, Bendine "pautou-se pela rigidez" com as empresas investigadas na Lava Jato e "intensificou política de ampla e irrestrita colaboração e interação com as autoridades".

    Já o advogado Ademar Rigueira Neto, que defende os irmãos André Gustavo Vieira da Silva e Antônio Carlos Vieira da Silva Jr., afirmou que, desde que o nome dos clientes apareceu nas delações da Odebrecht e na investigação, ele apresentou documentos para comprovar que os dois realizaram serviços para a empreiteira.

    Segundo ele, André Gustavo foi procurado pela Odebrecht para ajudar na liberação de um recurso junto ao Banco do Brasil e teve sucesso no trabalho, recebendo assim o montante de R$ 3 milhões. "O dinheiro foi pago em espécie e pelo setor de operações estruturadas a pedido da empresa", disse Rigueira.

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