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    Lava Jato

    Padilha diz que não haverá votação de denúncia se oposição obstruir

    GUSTAVO URIBE
    ANGELA BOLDRINI
    DE BRASÍLIA

    01/08/2017 13h45 - Atualizado às 14h30

    Pedro Ladeira - 27.jul.2017/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 27-07-2017, 12h00: O ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, durante entrevista à Folha em seu gabinete, no Palácio do Planalto. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER) ***ESPECIAL*** ***EXCLUSIVO***
    O ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, durante entrevista à Folha em seu gabinete

    O ministro da Casa Civil, Eliseu Padlha, afirmou que a denúncia contra o presidente Michel Temer não será votada na quarta-feira (2), caso os partidos de oposição obstruam a tramitação no plenário.

    O peemedebista disse nesta terça-feira (1º) acreditar que haverá durante a sessão parlamentar quorum de 342 deputados, o mínimo necessário para a votação, mas que há ainda dúvidas se o número será mantido no momento da votação nominal.

    "Nós acreditamos que deverá haver no painel 342 presentes. A dúvida que existe é se teremos na votação os 342. Aí, depende muito da oposição. Se a oposição obstruir, não vai acontecer", disse.

    O ministro participa com o presidente de almoço da FPA (Frende Parlamentar da Agropecuária), grupo pluripartidário que reúne cerca de 210 deputados da bancada ruralista.

    Segundo ele, todos os ministro com mandato parlamentar irão pedir licença na quarta-feira (02) para votar, com a exceção de Raul Jungmann (Defesa), que permanecerá no Rio de Janeiro conduzindo operação das Forças Armadas.

    Na saída do almoço, o ministro Blairo Maggi (Agricultura) afirmou que a frente parlamentar "não esconde a vontade de que o presidente termine o mandato" e de que as "questões jurídicas sejam tratadas depois".

    "Nós não temos unanimidade nessa frente, mas a grande maioria entende que seguir com o presidente Temer é melhor do que fazer qualquer substituição ou deixar que o país não saiba para que lado vai", afirmou.

    Na véspera da análise, Temer intensificou o corpo a corpo para tentar virar votos e conseguir quorum para a sessão parlamentar.

    Em uma agenda cheia, o peemedebista marcou audiências com 11 deputados governistas, dos quais 8 estão indecisos ou não manifestaram posicionamento.

    Na ofensiva, há inclusive o parlamentar Jaime Martins (PSD-MG), que já se manifestou à Folha ser a favor do prosseguimento da denúncia por corrupção passiva.

    Para tentar liquidar o processo na quarta-feira (2), o presidente tem estimulado a comparecer em plenário integrantes da base aliada que votarão a favor da denúncia ou que declarem abstenção.

    "O presidente está cumprindo a sua missão de presidente: recebe, atende, ouve os pleitos dos parlamentares", disse Padilha.

    Os aliados do governo irão se reunir às 14h para fazer contas. De acordo com o vice-líder Beto Mansur (PRB-SP), o presidente tem hoje 280 votos a favor dele.

    A intenção do presidente é colocar entre 290 e 300 deputados no plenário e constranger a oposição a também marcar presença, chegando ao número mínimo para que a denúncia seja votada.

    Caso não haja quorum na quarta-feira (2), o presidente tem articulado a convocação de nova sessão parlamentar no dia 8 ou 9 de agosto. Para isso, a Casa Civil pediu aos ministros que permaneçam em Brasília desta terça-feira (1) até o dia 10 de agosto.

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