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    Governo começa a demitir aliados de deputados 'infiéis'

    BRUNO BOGHOSSIAN
    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    04/08/2017 13h11 - Atualizado às 23h39

    Pedro Ladeira/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 02-08-2017, 22h00: O presidente Michel Temer durante pronunciamento após a não aceitação pelo plenário da câmara da denúncia feita pela PGR que pedia pra investigar Temer. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    Presidente Michel Temer em pronunciamento após a Câmara barrar a denúncia

    O presidente Michel Temer deu início nesta sexta-feira (4) às retaliações a deputados da base aliada que votaram pelo prosseguimento de denúncia contra ele por corrupção passiva.

    O peemedebista exonerou o superintendente do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) em Santa Catarina, Vissilar Pretto, apadrinhado de Jorginho Mello (PR-SC), que se posicionou contra o peemedebista. A portaria foi publicada no Diário Oficial da União.

    A retaliação é confirmada por assessores e auxiliares presidenciais. O presidente conseguiu rejeitar a denúncia por 263 contra 227, mas 89 parlamentares governistas votaram pelo envio da acusação ao STF (Supremo Tribunal Federal).

    As demissões serão feitas a conta-gotas até o início de setembro, quando o presidente pretende colocar em votação, em primeiro turno, a reforma previdenciária. A ideia é que o cargos vagos sejam oferecidos a deputados governistas que votaram a favor do presidente, reorganizando a base aliada para as mudanças nas aposentadorias.

    Na próxima semana, o peemedebista deve se reunir com ministros e deputados para discutir as demissões e a distribuição de postos. Os partidos que devem ser afetados são PV, PSC, PSD e Solidariedade.

    Para minimizar o impacto das retaliações, o Palácio do Planalto também iniciou levantamento de cargos que estejam vagos ou ainda ocupados por servidores da gestão petista. A ideia é oferecê-los aos partidos do chamado centrão, evitando demitir nomes indicados pelo PSDB.

    No PR, 9 dos 39 deputados votaram contra o relatório que recomendava a rejeição da denúncia. Mello foi um deles. "Sou a favor de toda e qualquer investigação. Peço vênia a meu partido e voto não ao relatório", declarou no plenário.

    O PR comanda o Ministério dos Transportes e distribui as superintendências regionais do Dnit entre seus parlamentares. O órgão comanda a realização de obras em estradas, consideradas um ativo eleitoral importante para muitos deputados.

    A cúpula do partido pressiona o presidente a demitir outros aliados dos infiéis para que os cargos possam ser redistribuídos entre os fiéis. Uma das vagas em questão é a diretoria de Administração e Finanças do Dnit, cujo atual ocupante foi indicado pelo deputado Wellington Roberto (PR-PB), que votou contra o presidente.

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